Segunda maior rede mundial de cinemas enfrenta pedido de falência
O setor de exibição cinematográfica tem enfrentado transformações profundas nos últimos anos, impactando diretamente grandes redes internacionais. Um exemplo notório é o caso da Cineworld, considerada em 2025 a segunda maior rede de cinemas do mundo. Com presença marcante nos Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Europa e Israel, a empresa entrou com pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos após enfrentar grandes desafios no mercado.
Por que a Cineworld entrou com pedido de proteção judicial?
O pedido, feito sob o mecanismo do Chapter 11 nos Estados Unidos, ocorreu devido ao elevado endividamento da empresa e à lenta recuperação do público após a pandemia. A medida busca permitir que a Cineworld renegocie suas dívidas com os credores, reduza o passivo financeiro e reestruture suas operações. Com 751 salas sob sua administração — mais de 500 nos Estados Unidos — a rede tenta preservar suas atividades enquanto reorganiza suas finanças.
Como funciona o processo de Chapter 11?
O Chapter 11 oferece proteção temporária contra credores e possibilita que empresas continuem operando enquanto reestruturam suas dívidas. No caso da Cineworld, o processo incluiu um financiamento emergencial de aproximadamente 1,94 bilhão de dólares, fornecido por credores já existentes, permitindo manter as atividades durante as negociações. A expectativa inicial era concluir o processo no primeiro trimestre de 2023.
Impactos para acionistas e futuro da Cineworld
Um dos principais efeitos do processo foi o alerta de possível diluição significativa das participações acionárias. A conversão de dívidas em ações pode reduzir o valor dos acionistas anteriores. Além disso, a incerteza sobre o futuro da empresa levou a fortes quedas no valor das ações, que caíram mais de 80% ao longo de 2022.
- Redução de dívidas: renegociação com credores para diminuir o passivo financeiro.
- Continuidade operacional: manutenção das atividades enquanto busca soluções.
- Reestruturação societária: possibilidade de mudança no controle acionário.
Fatores que levaram à crise da Cineworld
A crise da rede tem raízes em diversos fatores, como a aquisição da Regal em 2018, que elevou significativamente o endividamento da empresa. A pandemia de Covid-19 agravou o cenário, ao lado das mudanças no comportamento do público e do avanço dos serviços de streaming, que intensificaram a concorrência e reduziram a frequência nas salas de cinema.
- Endividamento elevado após aquisições.
- Redução do público nas salas de cinema pós-pandemia.
- Concorrência com plataformas digitais de entretenimento.
Adaptado de UAI Notícias.