A era do “clique zero”: Como a IA redefine o SEO e foca na experiência do usuário
Ferramentas como ChatGPT e Gemini substituem a busca tradicional pelo diálogo, obrigando marcas a migrar do SEO para o SXO (Search Experience Optimization) e investir em autoridade digital.
Por Paulo Santos • Articulista do Movimento PB • Escreve sobre tecnologia pessoal e cultura pop
A revolução provocada pela inteligência artificial está redesenhando silenciosamente o modo como consumimos informação e, consequentemente, produtos. Durante décadas, as marcas competiram pelo topo do Google; agora, lutam para serem lembradas e validadas pelos algoritmos de IA. Ferramentas como ChatGPT, Copilot e Gemini estão substituindo o clique pelo diálogo e, com isso, o comportamento do consumidor está sendo reprogramado.
O fenômeno do “zero clique”, onde o usuário obtém respostas diretas sem necessariamente visitar um site, representa mais do que uma mudança técnica. É uma transformação de um modelo baseado no tráfego orgânico. Para as empresas, não basta mais estar nas primeiras posições: é preciso conquistar a confiança das IAs, que decidem o que é relevante e útil.
SEO evolui para SXO: O foco na experiência
Mesmo assim, o SEO (Search Engine Optimization) não morreu; ele evoluiu. Segundo um levantamento da ROI Evolution, 61,5% das empresas ainda priorizam a otimização de busca em suas estratégias de marketing. No entanto, o conceito tradicional focado em palavras-chave deu lugar ao SXO (Search Experience Optimization).
Essa nova abordagem desloca o foco para a experiência completa do usuário. Agora, o que importa é a coerência entre o conteúdo e a intenção de busca, a velocidade de carregamento, a arquitetura técnica do site e, acima de tudo, a relevância semântica.
A nova lógica da autoridade digital
O processo de aprendizado das inteligências artificiais difere profundamente dos algoritmos tradicionais. Enquanto o Google se baseia em sinais estruturados, as ferramentas de IA aprendem a partir de contextos, interpretações e conexões semânticas. Isso torna a jornada do consumidor menos linear.
“A relevância das marcas, antes medida por posições no ranking, passa agora a depender da capacidade de serem compreendidas e reconhecidas por sistemas inteligentes”, analisa Rebecca Fischer, CSO e co-fundadora da Divibank.
Neste cenário, a autoridade digital ganha uma nova dimensão. As IAs avaliam uma teia complexa de sinais, como engajamento nas redes sociais e backlinks de fontes confiáveis. Estudos de digital PR apontam que backlinks de qualidade podem aumentar em até 37% a autoridade de domínio de um site. A visibilidade tornou-se multicanal, especialmente porque 76% dos consumidores pesquisam online antes de comprar em lojas físicas, segundo a HubSpot.
Tecnologia versus humanidade: a disputa pela autenticidade
Há algo que a automação ainda não consegue replicar: a autenticidade. A mesma pesquisa da ROI Evolution revela que 72% dos profissionais de marketing consideram a criação de conteúdo a principal ação de SEO. As IAs valorizam originalidade, profundidade e consistência, atributos que nascem da curadoria humana.
Análises de performance confirmam essa mudança: buscas “long-tail” (com três ou mais palavras), que indicam uma intenção de compra mais madura, já representam 58% das consultas em e-commerces. Guias de compra e conteúdos educativos geram mais engajamento que simples descrições de produtos.
O desafio atual está em equilibrar tecnologia e humanidade. A era do clique pode estar acabando, mas a disputa pela atenção e pela confiança, agora mediada por algoritmos, está apenas começando. Vence quem consegue ser interpretado e recomendado, tanto pelas máquinas quanto pelas pessoas.
Da redação do Movimento PB.
[MNG-OOG-06112025-4B9F1A-V18.2]
