Altos generais dos EUA e da Rússia realizam conversa rara em meio a tensões crescentes

Em um raro contato direto, o principal oficial militar dos Estados Unidos, o general da Força Aérea C.Q. Brown, conversou por telefone na última semana com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, Valery Gerasimov, informou o comando militar norte-americano nesta quarta-feira (27 de novembro). Esta foi a primeira conversa entre Brown e seu homólogo russo desde que ele assumiu o cargo no ano passado.

De acordo com um porta-voz de Brown, os líderes discutiram questões globais e regionais de segurança, com foco no conflito em andamento na Ucrânia. A ligação ocorreu a pedido do Ministério da Defesa da Rússia, e Gerasimov solicitou que o contato não fosse anunciado publicamente de forma proativa.

Antes de Brown, o principal representante militar dos EUA era o general Mark Milley, que ocupou o cargo de Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA até 2023. Milley desempenhou um papel crucial durante os estágios iniciais e intermediários da guerra na Ucrânia, mantendo diálogos diretos com Gerasimov para evitar possíveis confrontos diretos entre as forças ocidentais e russas. Seu mandato foi marcado por negociações delicadas e momentos de alta tensão, especialmente quando ataques com armamentos ocidentais começaram a atingir alvos estratégicos dentro da Rússia.

Escalação das tensões

As tensões entre os dois países têm aumentado nas últimas semanas. A Ucrânia realizou ataques com mísseis fornecidos pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido contra alvos dentro do território russo, desafiando os avisos de Moscou de que tais ações seriam vistas como uma grave escalada do conflito.

No início deste mês, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou, em um discurso televisionado, que Moscou utilizou o novo míssil balístico hipersônico de médio alcance, conhecido como “Oreshnik” (Avelã), para atacar uma instalação militar ucraniana, alertando que novos ataques poderiam ocorrer.

Autoridades dos EUA confirmaram que a Rússia notificou Washington pouco antes do lançamento do míssil.


Texto traduzido e adaptado de Reuters e revisado pela nossa redação.

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