A vida em Buriticupu, uma cidade no interior do Maranhão, virou um verdadeiro drama por causa de enormes buracos que estão aparecendo e assustando todo mundo. Esses buracos, chamados de “voçorocas” por aqui, já derrubaram várias casas e deixam cerca de 1.200 moradores, de uma população de 55 mil, com medo de perder tudo o que têm. É uma situação que ninguém imaginava que fosse ficar tão séria.
A prefeitura declarou estado de emergência no começo do mês e soltou um aviso dizendo que esses buracos cresceram muito rápido nos últimos tempos, chegando cada vez mais perto das casas. “De uns meses pra cá, eles aumentaram demais e já estão quase encostando nas residências”, diz o decreto. Quem vive lá conta que esse problema não é de hoje — faz 30 anos que a chuva vai abrindo essas crateras, piorando tudo por causa do solo arenoso, do desmatamento e das construções feitas de qualquer jeito.
Marcelino Farias, que é geógrafo e dá aula na Universidade Federal do Maranhão, explica que a coisa fica feia mesmo quando chove muito, como agora. A água vai levando a terra embora e os buracos crescem sem parar. Antonia dos Anjos, de 65 anos, mora lá há 22 anos e não esconde o desespero: “A gente vê esse perigo na nossa cara e não sabe onde mais esses buracos vão abrir”. Ela fala o que muitos sentem — é viver com o coração na mão.
O pessoal da prefeitura, como o engenheiro Lucas Conceição, que cuida das obras na cidade, admite que tá difícil resolver. “É um problemão que vai desde a erosão até tirar as famílias que estão em risco”, diz ele. Segundo Lucas, Buriticupu não tem grana nem estrutura pra encarar isso sozinha. Enquanto isso, os moradores ficam olhando as voçorocas avançarem, rezando pra não serem os próximos a perder a casa.
É uma situação que mistura medo e impotência, típica de quem vê a natureza e os erros do passado cobrarem um preço alto. Aqui em Buriticupu, o povo só quer uma solução pra não ver o chão sumir debaixo dos pés.
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Texto adaptado de informações de The Guardian e revisado pela nossa redação.
