Comportamento

Geração Z transforma empregos em “job situationships” e desafia modelos tradicionais de trabalho

Levantamento mostra que jovens profissionais priorizam flexibilidade e propósito em vez de vínculos de longo prazo

Entre os jovens da Geração Z, cresce o fenômeno conhecido como “job situationship”, expressão inspirada em relacionamentos sem compromisso que descreve vínculos profissionais curtos, frágeis e sem perspectiva de carreira duradoura. O comportamento está assustando parte do mercado de trabalho, que teme aumento na rotatividade e perda de talentos.

Maioria não planeja permanecer em um mesmo emprego

Segundo pesquisa da Gateway Commercial Finance com 1.000 trabalhadores e gestores de RH, 58% dos profissionais da Geração Z aceitam vagas sem intenção de permanecer. Apenas um quarto afirma estar disposto a investir em vínculos de longo prazo. Além disso, quase um terço já abandonou um emprego sem aviso prévio e 47% planejam sair do atual posto em menos de um ano.

Origem do comportamento

Analistas apontam que essa postura está ligada às experiências familiares. Muitos jovens cresceram testemunhando demissões em massa e mudanças bruscas em políticas corporativas, o que reforçou a ideia de que estabilidade não é garantida. Para eles, flexibilidade, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e práticas éticas são mais valiosos do que décadas no mesmo empregador.

Reação das empresas

O estudo mostra que 36% dos líderes já recusaram candidatos da Geração Z por receio da alta rotatividade. Entretanto, outros gestores enxergam o movimento como sinal de discernimento. Para eles, os jovens não estão rejeitando o trabalho em si, mas questionando vínculos considerados ultrapassados.

Um movimento cultural

Na visão de Andre Purri, CEO da HRTech Alymente, o fenômeno deve ser compreendido como parte de uma transformação cultural. “O que chamamos de job situationship é, na verdade, uma mudança cultural. Os jovens querem vínculos baseados em propósito, flexibilidade e reciprocidade. Isso não é falta de lealdade; é a busca por relações mais humanas e sustentáveis”, defende.

O futuro das relações de trabalho

Especialistas acreditam que a Geração Z está acelerando uma transição em direção a novos formatos de vínculo profissional, onde estabilidade deixa de ser o principal pilar e dá lugar a projetos mais dinâmicos, trabalhos por missão e carreiras que se adaptam à vida pessoal. Para o mercado, o desafio é criar ambientes que combinem retenção de talentos com liberdade e propósito, sob pena de se tornarem menos atraentes para os novos profissionais.

Da redação.

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