Revista britânica destaca dificuldades de Belém para sediar COP30, incluindo infraestrutura precária, déficit hoteleiro e especulação imobiliária.
Com pouco mais de seis meses para a realização da COP30, a cidade de Belém, no Pará, já enfrenta críticas internacionais quanto à sua capacidade de sediar o evento climático mais importante do mundo. Em uma reportagem publicada nesta semana, a revista britânica The Economist descreve um cenário preocupante na capital paraense, que deverá receber cerca de 50 mil visitantes em novembro.
De acordo com a publicação, Belém sofre com uma infraestrutura deficiente, altas temperaturas, rede de esgoto ineficiente e oferta limitada de hospedagem. A estimativa é de que a cidade consiga acomodar, no máximo, 23 mil pessoas – incluindo cerca de 5 mil em cruzeiros ancorados em portos próximos.
Como solução improvisada, o governo local estaria adaptando escolas públicas e quartéis com beliches e ar-condicionado para transformá-los em alojamentos temporários. Até motéis serão utilizados como alternativa de hospedagem. A reportagem também aponta que a parceria firmada com o Airbnb visa ampliar o número de vagas, mas a especulação já preocupa: há quartos de baixa qualidade sendo anunciados por até US$ 10 mil por noite durante o período do evento.
Outro ponto de atenção destacado pela revista está relacionado aos impactos ambientais causados por obras de infraestrutura voltadas à COP30. Um trecho de 13 quilômetros de floresta teria sido desmatado para a construção de uma rodovia, além de dragagens e concretagem de rios e canais de esgoto em áreas urbanas.
A The Economist reforça que a Amazônia simboliza o dilema entre desenvolvimento econômico e conservação ambiental, e que a realização da COP30 em Belém torna esse debate ainda mais visível e urgente.
Com informações da revista The Economist