Durante o evento Config 2025, Andrew “Boz” Bosworth, CTO da Meta, refletiu sobre os limites da inteligência artificial e afirmou que, diante da escala da consciência, o que a humanidade já conquistou ainda representa muito pouco. Em um diálogo que mescla ciência, filosofia e tecnologia, ele defendeu o desenvolvimento de ferramentas com agência e teoria da mente, mas alertou para a necessidade de equilíbrio entre autonomia e controle humano.
De São Francisco (EUA) – “Tudo o que já fizemos como espécie ainda é pouco, talvez nada, quando pensamos na escala da consciência.” A declaração é de Andrew “Boz” Bosworth, CTO e líder do Reality Labs da Meta, feita durante o evento Config 2025. Em uma conversa com Dylan Field, CEO da Figma, Bosworth abordou os avanços da inteligência artificial sob uma perspectiva filosófica e científica, destacando os desafios que ainda existem para compreendermos – e eventualmente reproduzirmos – a consciência.
Segundo o executivo, a consciência não deve ser tratada como uma condição binária (presente ou ausente), mas como um espectro contínuo, indo de sistemas inertes a níveis elevados de percepção que sequer conseguimos conceber. Para ilustrar sua visão, ele citou o livro I Am a Strange Loop, de Douglas Hofstadter, e comparou a limitação humana à de uma formiga tentando entender a consciência de um ser humano.
Apesar das limitações atuais, Bosworth se mostrou otimista quanto ao futuro da IA. Ele afirmou que é possível que, em breve, comecemos a operar sistemas em um “nível não nulo de consciência”, especialmente à medida que desenvolvemos ferramentas capazes de compreender intenções humanas — uma habilidade conhecida como “teoria da mente”.
Além disso, o CTO da Meta disse estar entusiasmado com a ideia de sistemas dotados de certa agência, ou seja, que possam agir e tomar decisões. No entanto, ele ponderou que esse nível de autonomia precisa ser cuidadosamente calibrado. “Talvez não agência demais, apenas o suficiente para agir em meu favor”, afirmou.
O diálogo reforça a visão de que o futuro da tecnologia não está apenas em avanços computacionais, mas também na compreensão das bases filosóficas e éticas que moldarão as relações entre humanos e máquinas.
Com informações de Startups.com.br