Publicações propõem caminhos para uma comunicação inclusiva, livre de estereótipos e voltada à justiça racial
Duas novas publicações estão fortalecendo o debate sobre inclusão e equidade racial na comunicação brasileira. A jornalista baiana Midiã Noelle lançou o livro “Comunicação Antirracista: um guia para se comunicar com todas as pessoas, em todos os lugares”, pela Editora Planeta. Já a Rede de Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação (Rede JP), em parceria com o Instituto Peregum, apresentou o Manual de Boas Práticas Antirracistas para a Comunicação Digital, com apoio da Unesco.
No livro, Midiã propõe ferramentas práticas e teóricas para repensar os discursos na mídia e evitar a reprodução de estereótipos e desigualdades. “O conceito de comunicação antirracista perpassa diversas áreas da comunicação, com foco no fortalecimento do reconhecimento da condição humana”, afirma a autora. A obra será apresentada no evento internacional Diálogos Antirracistas, em Nova York, promovido pela ActionAid.
Já o manual elaborado pela Rede JP será disponibilizado gratuitamente em formato digital e tem como foco orientar jornalistas, estudantes, influenciadores e comunicadores em geral sobre práticas antirracistas nas plataformas digitais. “É um passo essencial para transformar o mercado digital”, defende Marcelle Chagas, fundadora da Rede JP.
Durante o lançamento do manual em São Paulo, também foi apresentado o projeto GriôTech, fruto da parceria entre o Instituto Peregum e a Mozilla Foundation. Inspirado na figura do griô — guardião do saber nas culturas africanas — o projeto busca articular tecnologia, ancestralidade e práticas culturais para combater a exclusão digital de comunidades negras e periféricas.
Segundo Marcelle, apesar de a internet ter ampliado vozes, ainda há barreiras estruturais para garantir representatividade e visibilidade a conteúdos racialmente diversos. “O manual e o GriôTech visam tornar o ambiente digital mais acessível e justo, promovendo uma comunicação comprometida com a equidade racial”, conclui.
Com informações de Agência Nacional e colaboração de Juliana Cézar Nunes
