Decisão Judicial Afeta Práticas de Sedação em Consultórios Odontológicos

Uma recente decisão judicial teve um impacto significativo nas práticas de sedação utilizadas nos consultórios odontológicos. Enquanto a anestesia local por meio de injeção na gengiva e o uso de óxido nitroso continuam sendo métodos comuns, a atenção se volta para procedimentos que envolvem o uso de medicamentos controlados, os quais podem deixar os pacientes inconscientes durante o tratamento, especialmente em cirurgias e implantes dentários.

Nesse contexto, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia interpôs uma ação judicial, argumentando que os dentistas não possuem o treinamento adequado para administrar sedativos dessa natureza. Segundo eles, há um risco substancial para os pacientes quando esses procedimentos são conduzidos por profissionais não especializados em anestesiologia.

O advogado Celso Papaleo, representante da sociedade médica, ressaltou a importância de um conhecimento avançado em suporte de vida para lidar com possíveis complicações durante a sedação. “O profissional que está realizando esse procedimento, que é considerado de risco, não possui o conhecimento técnico necessário para agir diante de uma intercorrência. Um médico, não anestesista, que deseja realizar uma sedação ou procedimento anestésico precisa, antes de tudo, passar por um curso avançado de suporte de vida”, destacou.

A decisão judicial, emitida pela Justiça Federal, atendeu parcialmente ao pedido dos anestesistas. Agora, os dentistas devem seguir as normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina ao realizar procedimentos de sedação. Isso inclui a obrigatoriedade de uma sala de recuperação pós-anestésica próxima ao consultório e a presença de um profissional dedicado exclusivamente à administração da anestesia.

A juíza Rachel Soares Chiatelli, responsável pela decisão, enfatizou que, embora médicos não anestesistas possam administrar anestésicos, os dentistas também devem ter a oportunidade de utilizar essas substâncias, dada a natureza de sua prática profissional.

Por sua vez, o Conselho Federal de Odontologia ainda não emitiu uma declaração oficial sobre o assunto. No entanto, comprometeu-se a realizar uma análise técnica detalhada para garantir os direitos dos cirurgiões-dentistas e cumprir a determinação judicial, ao mesmo tempo em que busca aprimorar as diretrizes éticas e técnicas para assegurar a segurança dos pacientes.

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