Dinamarca reforça defesa com centenas de minas navais diante de ameaça russa


A Dinamarca anunciou a aquisição de centenas de minas marítimas como parte de um esforço para fortalecer sua defesa e proteger suas águas territoriais, em meio ao aumento das tensões com a Rússia. A decisão faz parte de uma estratégia mais ampla de dissuasão e fortalecimento da infraestrutura da OTAN na região do Mar Báltico.

O ministro da Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, afirmou que a iniciativa é crucial devido ao atual cenário geopolítico. “As minas fortalecerão as defesas da Dinamarca, algo essencial à luz da situação atual de segurança”, declarou Poulsen. A expectativa é que as minas comecem a ser entregues apenas em 2027, mas a aquisição já sinaliza um comprometimento significativo do país com a segurança regional.

Tensões crescentes no Báltico e resposta da OTAN

A Dinamarca ocupa uma posição estratégica entre o Mar do Norte e o Mar Báltico, onde a Rússia mantém uma importante base naval em São Petersburgo. Nos últimos anos, a região tem registrado uma série de incidentes envolvendo sabotagens a infraestruturas submarinas, como cabos de energia, telecomunicações e gasodutos, muitos dos quais foram atribuídos a Moscou, apesar das negações do Kremlin.

Como resposta, um grupo-tarefa da OTAN já foi mobilizado para patrulhar e proteger infraestruturas críticas na região. A instalação das novas minas marítimas faz parte desse esforço para garantir o controle dos acessos marítimos dinamarqueses e reforçar a defesa coletiva da aliança.

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O comandante da Marinha dinamarquesa, Søren Kjeldsen, destacou a importância da medida:
“Diante da crescente instabilidade no Mar Báltico, é essencial que possamos responder rapidamente a ameaças. As minas marítimas garantirão nossa soberania e fortalecerão nossa capacidade de enfrentar potenciais desafios à segurança do Reino.”

Investimento militar e impacto geopolítico

A Dinamarca tem aumentado significativamente seus gastos militares, com a previsão de destinar mais de 3% do PIB à defesa nos próximos dois anos, o que inclui um acréscimo de £5,4 bilhões ao orçamento militar.

Além da ameaça russa, o país também enfrenta desafios diplomáticos envolvendo os Estados Unidos, especialmente em relação ao futuro da Groenlândia, território semiautônomo dinamarquês. O governo norte-americano expressou interesse em aumentar sua presença na ilha, alegando que a posse do território é essencial para sua estratégia de segurança nacional. Recentemente, o ex-presidente Donald Trump declarou que não descarta o uso de força militar para adquirir a Groenlândia, acirrando ainda mais as tensões entre Washington e Copenhague.

Rússia poderá ameaçar a OTAN após guerra na Ucrânia

Um relatório da inteligência dinamarquesa divulgado recentemente alertou que, caso a guerra na Ucrânia termine, a Rússia poderá estar militarmente pronta para atacar um ou mais países da OTAN em até dois anos. O temor tem levado aliados europeus a fortalecerem suas capacidades militares e a reforçarem sua infraestrutura de defesa.

Diante desse cenário de incertezas, a decisão da Dinamarca de adquirir minas marítimas se insere em um contexto mais amplo de preparação para um possível confronto militar no Báltico, consolidando sua posição dentro da estratégia defensiva da OTAN e ampliando seu papel na segurança europeia.

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