Quando a perfeição esconde um vazio
O falso engajamento digital e o valor da autenticidade Com bots e IA dominando o conteúdo online, marcas e investidores enfrentam o desafio de diferenciar engajamento real do artificial.
Na superfície, tudo parece impecável: textos com gramática afiada, layouts milimetricamente pensados e métricas robustas. Mas, por trás dessa aparência, o mercado publicitário global vive uma crise silenciosa. O que antes era sinal de performance, hoje pode ser apenas reflexo de bots e algoritmos.
A chamada “Teoria da Internet Morta” aponta para um fenômeno preocupante: grande parte do conteúdo online já não é mais produzido por pessoas. A Europol alerta que até 90% do que consumimos na internet poderá ser criado por inteligência artificial até 2026.
Engajamento artificial: o paradoxo do marketing moderno
Com mais de US$ 790 bilhões investidos em publicidade digital em 2024, o setor vive uma bolha de engajamento. Métricas infladas por bots escondem a verdadeira pergunta: quantas dessas interações vêm de pessoas reais?
Estudos indicam que quase metade do tráfego da internet já é gerado por robôs. Isso compromete a credibilidade dos resultados entregues pelas campanhas digitais. Afinal, influência sem pessoas não é influência. E marcas construídas sobre esse engajamento falso correm o risco de desmoronar.
Do hype ao cansaço: o esvaziamento das grandes plataformas
Desde 2022, usuários — especialmente os mais valiosos — têm migrado das redes sociais tradicionais para espaços mais controlados: newsletters, grupos fechados, fóruns de nicho. Para investidores, isso representa uma reavaliação de ativos. Plataformas que não garantem interações autênticas podem perder valor no mercado.
Autenticidade virou ativo financeiro
Marcas como a Patagonia provam que a autenticidade pode ser mais valiosa do que qualquer algoritmo. Empresas com propósitos reais, vínculos humanos e comunicação honesta têm se destacado financeiramente. Wall Street já trata a autenticidade como diferencial estratégico — e, em alguns setores, como o luxo e a saúde, esse valor pode representar um prêmio adicional por produto.
Regulação à vista: transparência será regra
Com a aprovação do AI Act na União Europeia e movimentações da FTC nos EUA, a regulação sobre uso de IA no marketing está batendo à porta. Em breve, empresas deverão declarar se seus conteúdos são automatizados. A falta de transparência pode custar caro — até 15% do valor de mercado de uma companhia, segundo projeções.
Impacto na Paraíba e no Nordeste
Para negócios digitais na Paraíba e no Nordeste, o alerta é oportuno. Pequenas marcas e startups da região, que dependem de engajamento orgânico e comunidades locais, podem encontrar vantagem competitiva apostando em conteúdo genuíno. Autenticidade, aqui, não é só diferencial: é uma forma de sobrevivência no ambiente digital global.
Para entender de forma simples
O que está acontecendo? – Cada vez mais conteúdo online é criado por IA, não por pessoas. – Métricas de “curtidas”, “compartilhamentos” e “visualizações” podem ser infladas artificialmente. – Marcas precisam focar na qualidade das interações, não só nos números.
O que isso muda?
- Investidores e empresas começam a valorizar autenticidade.
- Plataformas e marcas podem perder valor se baseadas em engajamento falso.
- Reguladores exigirão mais transparência sobre conteúdo automatizado.
Com informações de NeoFeed