EUA oferecem recompensa de US$ 25 milhões pela prisão de Maduro em meio a polêmica posse

A comunidade internacional intensifica a pressão sobre o regime de Maduro com sanções e recompensas direcionadas a altos funcionários.

O governo dos Estados Unidos anunciou uma recompensa de US$ 25 milhões (aproximadamente £20,4 milhões) por informações que levem à prisão do presidente venezuelano Nicolás Maduro. O anúncio ocorreu no mesmo dia em que Maduro tomou posse para seu terceiro mandato presidencial de seis anos, em uma cerimônia marcada por críticas da oposição e da comunidade internacional.

Recompensas adicionais também foram oferecidas pelos EUA, incluindo até US$ 15 milhões pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino, e pelo ministro do Interior, Diosdado Cabello, ambos acusados de corrupção e violações dos direitos humanos.

Além disso, o Reino Unido anunciou sanções contra 15 altos funcionários venezuelanos, incluindo membros das forças de segurança e do Judiciário, alegando que esses indivíduos têm papel central no enfraquecimento da democracia e no desrespeito aos direitos humanos no país. O secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, classificou o governo Maduro como “fraudulento”.

A União Europeia também ampliou suas medidas restritivas contra a Venezuela, sancionando mais 15 autoridades sob a justificativa de falta de progresso na restauração da democracia. O Canadá seguiu a mesma linha, com sua chanceler Mélanie Joly condenando as “ações vergonhosas” de Maduro e reafirmando o compromisso do país com a defesa dos direitos democráticos.

Acusações e rejeições internacionais


As acusações contra Nicolás Maduro incluem envolvimento em “narcoterrorismo”. Segundo o governo dos EUA, desde 2020, Maduro e outros oficiais venezuelanos estariam promovendo o tráfico de cocaína para enfraquecer a saúde pública norte-americana. Maduro nega todas as acusações, atribuindo a crise econômica da Venezuela às sanções “imperialistas” lideradas pelos EUA.

Durante sua posse, Maduro declarou que o novo mandato seria marcado por “paz, prosperidade e uma nova democracia”. No entanto, os resultados das eleições de 28 de julho foram amplamente rejeitados por países como Brasil, Colômbia e Estados Unidos, que reconhecem o candidato exilado Edmundo González como o presidente legítimo.

González, que vive na Espanha após fugir da Venezuela em setembro, iniciou recentemente uma turnê pelas Américas para buscar apoio internacional. Em resposta, o governo Maduro emitiu um mandado de prisão contra ele, oferecendo uma recompensa de US$ 100 mil.

Isolamento internacional crescente


A cerimônia de posse de Maduro foi realizada sob forte controle, com restrições à entrada de jornalistas estrangeiros e da imprensa local. Os presidentes de Cuba e Nicarágua foram os únicos líderes presentes, destacando o isolamento do governo venezuelano, que mantém alianças limitadas com países como Rússia, China e Irã.

Enquanto isso, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a libertação de todos os presos arbitrariamente desde as eleições, aumentando a pressão sobre o governo de Maduro em meio a denúncias de violações aos direitos humanos.

Texto traduzido e adaptado de BBC News e revisado pela nossa redação.

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