Fazenda Acauã: 267 anos de história viva no Sertão da Paraíba

Às margens do Rio Piranhas, no município de Aparecida, a Fazenda Acauã se ergue como um monumento vivo da história paraibana. Fundada em 1757, esta propriedade não é apenas a mais antiga do Alto Sertão do estado, mas um verdadeiro portal para o passado, um legado que desafia o tempo e continua pulsante, quase três séculos depois.
Um Cenário de História e Cultura
Com sua arquitetura que evoca o estilo barroco, a Fazenda Acauã abriga uma capela dedicada à Imaculada Conceição, um testemunho da fé e da arte de outrora. Mas sua importância vai muito além das paredes e altares. O local foi palco de encontros cruciais de líderes sertanejos, um ponto de convergência para decisões que moldaram a região. Suas terras acolheram Frei Caneca durante os turbulentos dias da Confederação do Equador, e suas memórias estão entrelaçadas à família Suassuna.
A Acauã pertenceu a João Suassuna, uma figura proeminente que governou a Paraíba e que era pai do imortal escritor Ariano Suassuna. Não é por acaso que elementos e a atmosfera da fazenda encontraram eco e vida nas obras do mestre, transportando a riqueza cultural e as paisagens do sertão para a literatura brasileira.
Patrimônio Preservado e Inspirador
Reconhecendo seu valor inestimável, a Fazenda Acauã foi tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1967, sob o número 395. Em 1995, o Governo do Estado da Paraíba elevou seu status, transformando-a em um complexo cultural, assegurando sua preservação e acessibilidade para as futuras gerações.
Sua beleza e significado histórico também a tornaram um cenário privilegiado para produções audiovisuais. Entre as obras que capturaram a essência da Acauã está o clássico “País de Saruê”, que utilizou a fazenda como pano de fundo, imortalizando-a também na tela grande.
A Fazenda Acauã, localizada na R. Manoel Mendes, s/n, em Aparecida-PB, é mais do que uma propriedade rural; é um livro aberto da história paraibana, um convite à reflexão sobre a resiliência do patrimônio e a riqueza cultural do nosso sertão.
Da redação do Movimento PB.
