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Fios brancos precoces: Nutrição e estresse oxidativo são fatores-chave, aponta especialista

Genética define a base, mas deficiências de vitaminas como B12 e cobre, além do estilo de vida, podem acelerar o embranquecimento

O surgimento de cabelos grisalhos, antes associado estritamente ao envelhecimento, está ocorrendo cada vez mais cedo. Especialistas alertam que, além da genética, o fenômeno pode refletir desequilíbrios nutricionais, inflamação crônica e estresse oxidativo. Quando o processo ocorre muito cedo, pode ser um sinal de alerta do corpo.

“A coloração dos cabelos depende da quantidade de melanina produzida nos folículos capilares. Quando essa produção diminui, os fios perdem o pigmento natural”, explica a nutricionista Ana Melillo. “Com o tempo, isso é natural. Mas quando ocorre cedo demais, pode indicar deficiências nutricionais”.

A ciência por trás da pigmentação

Segundo Melillo, a cor dos fios vem da melanina, produzida por células chamadas melanócitos, localizadas na base dos folículos. Com o envelhecimento, essas células reduzem sua atividade. “Um dos principais fatores genéticos envolvidos é o gene IRF4, que regula a produção e a concentração de melanina”, explica. Alterações nesse gene podem antecipar o aparecimento dos cabelos brancos.

O embranquecimento é considerado precoce quando ocorre antes dos 20 anos em pessoas brancas, 25 em asiáticas e 30 em negras. “Nesses casos, é importante investigar o que está por trás do processo, porque o cabelo pode estar sinalizando um desequilíbrio sistêmico”, diz a nutricionista.

O impacto da dieta no envelhecimento capilar

A alimentação ocupa um papel central no envelhecimento capilar. A deficiência de certas vitaminas e minerais pode prejudicar diretamente a formação de melanina e acelerar o processo.

“Vitaminas do complexo B, especialmente B12 e folato (B9), são fundamentais para a metilação celular e a renovação dos folículos”, afirma Melillo. Ela destaca que o cobre é essencial para a enzima tirosinase, envolvida na produção de melanina, enquanto o zinco e o ferro contribuem para o equilíbrio oxidativo.

Aminoácidos como metionina e cisteína também são vitais, pois fornecem substratos para a produção de glutationa, “um antioxidante que protege as células dos folículos contra o estresse oxidativo”. De acordo com a especialista, dietas restritivas ou ricas em industrializados aumentam o estresse oxidativo e a inflamação, danificando as células de pigmentação.

Estresse, sono e inflamação: os outros vilões

Além da genética e da nutrição, o estilo de vida é crucial. O estresse oxidativo — o desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade do corpo de neutralizá-los — danifica as células, incluindo os melanócitos.

Fatores como dieta inflamatória, tabagismo ou privação de sono podem ativar genes ligados à inflamação (como IL6 e TNF), acelerando a morte celular e comprometendo a pigmentação. “O sono é essencial para a regeneração celular e o equilíbrio hormonal”, reforça Melillo, e a falta dele pode interferir na produção de melanina.

É possível reverter os fios brancos?

Quando os melanócitos morrem completamente, o processo é irreversível. “Mas em casos em que há apenas um desequilíbrio nutricional, é possível retardar o surgimento de novos fios brancos e, em alguns casos, até observar uma leve repigmentação”, diz a nutricionista.

O segredo, segundo ela, está em manter uma dieta anti-inflamatória e antioxidante, rica em frutas, vegetais, proteínas magras e gorduras boas. Alimentos com cobre (como castanha-de-caju e cacau), zinco (carnes e leguminosas) e ferro (vegetais verde-escuros) ajudam a preservar a saúde capilar. Compostos como vitamina C, vitamina E, cúrcuma e CoQ10 também são aliados, pois neutralizam radicais livres.

Da redação do Movimento PB.

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