Fracasso de Delta Force e SEALs no CIGS: A Selva Amazônica Desafia as Tropas de Elite dos EUA
Em 2010, um episódio marcante revelou os limites das renomadas Delta Force e Navy SEALs dos Estados Unidos durante um treinamento no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus, Brasil. As tropas de elite, conhecidas por suas façanhas em operações urbanas e desertos, enfrentaram a selva amazônica em um exercício básico e não resistiram, pedindo para interromper o treinamento. Esse evento, relatado pelo coronel Fernando Montenegro, expôs a dificuldade de adaptação ao “inferno verde”, reforçando a reputação do CIGS como um dos centros de treinamento mais exigentes do mundo.

O Desafio no CIGS
O CIGS, criado em 1964 e sediado em Manaus, é referência global em treinamento de combate na selva amazônica, um ambiente hostil com calor, umidade, vegetação densa e fauna perigosa. Apenas 10% dos alunos concluem seu Curso de Operações na Selva (COS), que inclui fases de sobrevivência, técnicas especiais e operações táticas. Em 2010, durante um intercâmbio militar entre Brasil e EUA, sob os governos de Lula e Obama, uma equipe mista de Delta Force e SEALs chegou ao CIGS. Segundo Montenegro, o adido militar americano recusou o curso completo, alegando a experiência global de suas tropas, e solicitou um exercício prático de nível avançado.
Um Exercício “Básico” Demasiado Duro
O CIGS preparou um treinamento de ambientação com marchas, navegação e deslocamentos armados, mais leve que o COS, para evitar constrangimentos diplomáticos. No entanto, os americanos, carregando mochilas e equipamentos padrão, sucumbiram rapidamente. O calor úmido, a lama, os mosquitos e a densidade da floresta causaram exaustão, e muitos exigiram pausas, o que contraria a lógica de operações na selva, onde o combate não espera recuperação. Montenegro relatou que as tropas se tornaram “indisciplinadas”, recusando-se a prosseguir sem condições ideais, forçando os instrutores brasileiros a simplificar ainda mais o exercício para evitar um incidente diplomático.
Por Que Falharam?
O fracasso das tropas americanas destacou uma lição crucial: a excelência em cenários urbanos ou desérticos não garante sucesso na selva. A floresta amazônica exige adaptação mental e física, conhecimento do terreno e resiliência emocional. Instrutores do CIGS enfatizam que o operador deve “virar parte da floresta”, utilizando recursos naturais e superando o isolamento psicológico. A U.S. Naval Institute reconhece que a guerra na selva é o cenário menos dominado pelas forças dos EUA, destacando a expertise brasileira como referência. O episódio de 2010 revelou que até as tropas mais prestigiadas precisam de treinamento específico para enfrentar o bioma amazônico.
Impacto e Continuidade do Intercâmbio
Apesar do desempenho abaixo do esperado, o intercâmbio não foi interrompido. Em 2023, uma nova delegação dos EUA participou de exercícios simulados no CIGS, e em 2024, cadetes de West Point visitaram o centro, conhecendo suas instalações e o Zoológico do CIGS, que reforça a preservação ambiental. Essas iniciativas mostram que os EUA valorizam a expertise brasileira, usando o CIGS para aprimorar suas táticas na selva. O episódio de 2010, embora humilhante, tornou-se uma lição de humildade para os americanos e um marco de orgulho para o Exército Brasileiro.

O Legado do CIGS
O CIGS formou mais de 7.161 guerreiros de selva até 2023, incluindo 636 estrangeiros de 27 países, consolidando-se como um ativo estratégico do Brasil. Além de capacitar militares para defender a Amazônia, o centro fortalece a diplomacia militar, oferecendo o Curso Internacional de Operações na Selva (CIOS) a nações amigas. Sua relevância vai além do combate, abrangendo missões humanitárias e proteção ambiental. O lema “Aqui, o fraco não tem vez” reflete a exigência do treinamento, que transforma soldados em especialistas capazes de enfrentar um dos ambientes mais desafiadores do mundo.
Perspectiva e Reflexão
O episódio de 2010 no CIGS demonstra que a selva amazônica é um igualador implacável, desafiando até as tropas mais celebradas. A história, amplificada por relatos como o da *Revista Sociedade Militar* e posts no X, reforça o prestígio do Brasil na formação de combatentes de selva e levanta questões sobre a necessidade de maior investimento na divulgação do CIGS como ferramenta de influência global. A experiência serve como um lembrete de que a preparação militar deve ser adaptada a contextos específicos, e o Brasil, com sua expertise única, está bem posicionado para liderar nesse cenário.
Redação com informações da Revista Sociedade Militar e outras fontes [XGR-XAI-16072025-2240-G3M]