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Gigantes da mídia se unem: Estadão compra TecMundo em aposta ousada para dominar o universo digital

Gigantes da mídia se unem: Estadão compra TecMundo em aposta ousada para dominar o universo digital

Movimento estratégico une a credibilidade do jornalismo tradicional com a força da produção de conteúdo nativo da internet, mirando na liderança de audiência e na expansão massiva do formato de vídeo.

O mercado de comunicação brasileiro foi sacudido por uma notícia de peso nesta semana. O Grupo Estado de S. Paulo, detentor do centenário jornal O Estado de S. Paulo, anunciou a aquisição da NZN, empresa de publicação digital dona do TecMundo, um dos portais de tecnologia mais influentes e populares do país. A transação, cujo valor não foi revelado, representa um dos movimentos mais significativos dos últimos anos na mídia nacional, sinalizando uma fusão poderosa entre a força do jornalismo tradicional e a agilidade do conteúdo nativo digital.

A estratégia por trás da compra é clara e ambiciosa. Erick Bretas, CEO do Estadão, revelou que o principal atrativo foi a massiva audiência do TecMundo e, especialmente, sua robusta capacidade de produção audiovisual. “Faz parte da nossa estratégia produzir muito mais conteúdo em vídeo – seja porque a rentabilização do vídeo é maior, seja porque isso nos permite fazer também projetos publicitários e branded content”, afirmou Bretas. A expectativa é que a aquisição agregue de 2 a 3 milhões de visitantes únicos ao portal do Estadão, com potencial para alçar o grupo a uma nova posição no ranking dos maiores sites de notícias do Brasil.

Os números demonstram a dimensão do salto. No YouTube, o canal do TecMundo possui 4,15 milhões de inscritos, um público massivo e engajado, em comparação com 1,26 milhão do Estadão. A ideia é que, em breve, o conteúdo de ambos os veículos seja compartilhado em suas respectivas plataformas, criando um ecossistema de informação que une a profundidade analítica do jornalismo do Estadão com a linguagem direta e popular do TecMundo, capturando um público mais jovem e conectado com o universo geek e tecnológico.

Para quem não é da área, podemos simplificar alguns termos…

O mundo dos negócios de mídia digital tem seu próprio vocabulário. “Publishing digital” refere-se à criação e distribuição de conteúdo on-line. “Branded content” é quando uma marca financia a produção de um conteúdo que se alinha aos seus valores, como um programa sobre gastronomia patrocinado por uma marca de azeite. Já “private equity” é um tipo de fundo de investimento que compra participações em empresas para reestruturá-las e vendê-las com lucro no futuro. Por fim, “white label” é um serviço onde uma empresa produz conteúdo ou tecnologia que outra empresa vende como se fosse seu, como uma “marca branca”.

Um novo gigante de conteúdo e serviços

A NZN, que começou sua trajetória em Curitiba em 2000 com o site Baixaki, construiu um império digital que agora será integrado à estrutura do Estadão. Os estúdios da empresa em São Paulo passarão a produzir conteúdo para verticais do jornal, como Paladar, E-Investidor e Jornal do Carro. Além disso, a expertise da NZN em criar conteúdos customizados para marcas será mantida e ampliada, fortalecendo a aposta do Estadão em serviços de marketing de influência e gestão de redes sociais para outras empresas.

A aquisição marca a saída total do fundo de private equity H.I.G. Capital, que havia comprado a NZN em 2014. Para o Estadão, o movimento é mais do que uma simples compra de um site; é a absorção de uma nova cultura de produção de conteúdo, mais ágil, visual e diretamente conectada com as novas gerações. É a união do “velho” e do “novo” para criar um conglomerado de mídia preparado para os desafios e as oportunidades do século 21, provando que, no fim das contas, conteúdo de qualidade, seja em que formato for, continua sendo o ativo mais valioso do jornalismo.

Redação do Movimento PB

Redação do Movimento PB [NMG-OGO-03102025-R4S9T2-13P]


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