Lula classifica mudanças no programa de checagem da Meta como ‘extremamente graves’
Presidente Lula critica decisão da Meta de encerrar checagem de fatos nos EUA e exige esclarecimentos sobre impacto no Brasil.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (9) que a decisão da Meta de descontinuar seu programa de checagem de fatos nos Estados Unidos é “extremamente grave”. Lula disse que a questão será tema de uma reunião com autoridades do governo para discutir possíveis impactos no Brasil.
“Vou ter uma reunião hoje para discutir o tema da Meta”, declarou o líder em Brasília. Ele também destacou a necessidade de regulamentar a comunicação digital: “Acho extremamente grave que as pessoas queiram que a comunicação digital não tenha a mesma responsabilidade que alguém que comete um crime na imprensa escrita”.
Na última terça-feira, a Meta anunciou mudanças no programa de checagem de fatos nos EUA. Em resposta, o Ministério Público brasileiro deu à empresa um prazo de 30 dias para esclarecer se essas alterações serão aplicadas ao Brasil. A solicitação está relacionada a uma investigação em andamento sobre as medidas adotadas por plataformas digitais no combate à desinformação e à violência online no país.
A empresa, que não comentou o caso por meio de seu escritório no Brasil, foi notificada formalmente para fornecer detalhes.
Repercussão no Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, reforçou na quarta-feira (8) que as empresas de tecnologia devem cumprir as leis locais para operar no Brasil. Moraes esteve à frente da decisão que suspendeu temporariamente a plataforma X (antigo Twitter) no ano passado por não atender a ordens judiciais relacionadas à desinformação.
Lula destacou ainda a gravidade do tema em um momento em que o Brasil busca maior controle sobre o uso das redes sociais para disseminar informações falsas e discursos de ódio.
Texto adaptado de Reuters e revisado pela nossa equipe de redação.