Marcelo Rubens Paiva relembra momento com militares que levaram seu pai: “Vingança não está no vocabulário da minha família”
Em entrevista ao programa Roda Viva, o escritor Marcelo Rubens Paiva compartilhou lembranças do dia em que militares levaram seu pai, Rubens Paiva, durante a ditadura militar. Ele destacou que não houve violência no momento e afirmou que vingança nunca fez parte dos valores de sua família.
O escritor Marcelo Rubens Paiva, autor do livro Ainda Estou Aqui, participou das gravações do programa Roda Viva, da TV Cultura, apresentado por Vera Magalhães. A entrevista vai ao ar nesta segunda-feira (23) e aborda memórias marcantes da infância de Marcelo, a perda de seu pai, Rubens Paiva, durante a ditadura militar, e suas reflexões sobre o período.
Marcelo relembrou detalhes do dia em que militares foram até sua casa para levar seu pai. Surpreendentemente, ele contou que o episódio ocorreu sem sinais de violência ou intimidação direta.
“Eles pareciam uns computadores. Eu joguei botão com eles. Minha irmã jogou carta com eles”, disse o escritor.
Outro momento significativo que Marcelo destacou foi a força de sua mãe, Eunice Paiva, que criou os cinco filhos sozinha após a morte do marido. Segundo ele, Eunice fez questão de manter a dignidade da família diante da tragédia:
“Minha mãe disse: ‘Não vamos demonstrar que somos uma família derrotada. A gente é guerreiro, a gente é lutador. A gente não é vítima’.”
Marcelo enfatizou que vingança nunca foi um sentimento cultivado por sua família:
“Vingança não está no vocabulário da minha família.”
Reflexões sobre o presente
Durante a entrevista, Marcelo também comentou sobre o envolvimento de militares em tentativas de golpe após as eleições de 2022. Ele expressou sua esperança de que os responsáveis sejam responsabilizados:
“Tomara que Braga Netto, General Heleno, todos eles sejam presos.”
A participação de Marcelo Rubens Paiva no Roda Viva promete trazer uma reflexão profunda sobre memórias familiares, justiça histórica e os desafios enfrentados pelo Brasil no período pós-ditadura.