O Mistério da Cruz de Jesus na Páscoa Cristã

O que aconteceu com a cruz onde Jesus foi crucificado? Relíquias espalhadas pelo mundo geram debate sobre sua autenticidade na Páscoa.

Na Páscoa, a cruz onde Jesus Cristo foi crucificado, segundo a tradição cristã, permanece como um dos símbolos mais poderosos do Cristianismo. A narrativa da Paixão de Cristo, que culmina em sua morte ordenada por Pôncio Pilatos, é central nas celebrações da Semana Santa. Contudo, o destino da cruz original segue envolto em mistério, com igrejas e mosteiros ao redor do mundo reivindicando fragmentos da chamada “verdadeira cruz”.

A História de Helena e Constantino

No século 4, Helena, mãe do imperador romano Constantino, teria encontrado a cruz de Cristo em Jerusalém, próximo ao Monte Gólgota, segundo relatos de historiadores como Gelásio de Cesareia. A descoberta, narrada em textos como a “Lenda Dourada” de Tiago de Voragine, descreve Helena identificando a cruz verdadeira entre três, seja por milagres ou por sinais de crucificação com pregos. Esses relatos, porém, carecem de comprovação histórica, levantando dúvidas sobre a autenticidade das relíquias.

Relíquias e Devoção Cristã

Fragmentos da suposta cruz, conhecidos como lignum crucis, estão espalhados por templos como a Basílica de Santa Cruz em Roma, a Catedral de Cosenza na Itália e o Mosteiro de Santo Turíbio na Espanha. Para os fiéis, essas relíquias simbolizam uma conexão física com Jesus, reforçada por concílios como Niceia (século 4) e Trento (século 16). No entanto, teólogos como João Calvino questionaram a multiplicidade de pedaços, sugerindo que, juntos, formariam muito mais que uma cruz.

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Dúvidas Históricas

Historiadores, como Candida Moss, da Universidade de Birmingham, apontam que a cruz original provavelmente não sobreviveu. Os romanos reutilizavam madeiras para outras crucificações, e os primeiros cristãos, sob perseguição, não priorizavam relíquias. A datação por carbono, que poderia esclarecer a origem dos fragmentos, é cara e invasiva, dificultando análises. Para especialistas como Mark Goodacre, da Universidade Duke, a busca por relíquias reflete mais um desejo espiritual do que uma realidade histórica.

Significado na Páscoa

Apesar das incertezas, a cruz permanece um símbolo de fé e sacrifício para milhões de cristãos durante a Páscoa. Seja em igrejas que guardam fragmentos ou nas celebrações da Semana Santa, ela conecta os fiéis à mensagem de redenção. Como observa Moss, a devoção às relíquias é menos sobre autenticidade e mais sobre a necessidade de proximidade com o sagrado.

Por redação do Movimento PB com informações de BBC e outras fontes públicas.

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