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O nascimento de um oceano: Cientistas confirmam que a África está se partindo ao meio na Etiópia

O nascimento de um oceano: Cientistas confirmam que a África está se partindo ao meio na Etiópia

Fenômeno geológico monumental, impulsionado por pulsos de magma do manto terrestre, está literalmente rasgando o continente e dando origem a uma nova bacia oceânica, um processo que redesenhará o mapa-múndi.

Um dos eventos geológicos mais espetaculares e poderosos do nosso planeta está acontecendo, lentamente e em tempo real, sob o solo árido da Etiópia. Pesquisas recentes, publicadas na prestigiada revista Nature Geoscience, confirmaram o que os cientistas suspeitavam há décadas: o continente africano está se partindo em dois. Uma gigantesca fenda, que se estende por quilômetros na região de Afar, não é apenas uma rachadura na terra, mas o berço de um novo oceano, em um processo que, ao longo de milhões de anos, irá redesenhar completamente o mapa do mundo como o conhecemos.

A força colossal por trás dessa separação vem das profundezas da Terra. O novo estudo revelou que pulsos rítmicos de rocha derretida (magma) estão subindo do manto terrestre e pressionando a crosta por baixo. Essa pluma de magma superaquecido age como uma tocha, enfraquecendo a litosfera e, literalmente, rasgando o continente. O processo é lento, mas inexorável, e a fenda etíope é a prova visível de que as placas tectônicas da Somália e da Núbia estão se afastando, abrindo caminho para que as águas do Mar Vermelho e do Golfo de Áden avancem para o interior.

Para quem não é da área, podemos simplificar alguns termos…

Para entender o que está acontecendo, imagine a crosta terrestre não como uma casca sólida, mas como um gigantesco quebra-cabeça formado por peças chamadas placas tectônicas. Essas placas “flutuam” sobre uma camada quente e pastosa, o manto. Um rifte continental, como o que vemos na Etiópia, é o local onde duas dessas placas começam a se separar. O processo é exatamente o mesmo que, há mais de 100 milhões de anos, separou a América do Sul da África e deu origem ao Oceano Atlântico. O que estamos testemunhando na Etiópia é o “nascimento” de um novo Oceano Atlântico em sua fase mais inicial.

Um novo mapa para um futuro distante

Não espere, no entanto, comprar um imóvel com vista para o “Oceano Etíope” tão cedo. O processo geológico opera em uma escala de tempo que desafia a compreensão humana. A separação ocorre a uma velocidade de poucos milímetros por ano, similar à velocidade com que nossas unhas crescem. Serão necessários entre 5 a 10 milhões de anos para que um novo e estreito mar se forme completamente, transformando o que hoje é o Chifre da África (incluindo países como Somália e partes da Etiópia, Quênia e Tanzânia) em uma nova e gigantesca ilha, um continente à parte.

A fenda na Etiópia é mais do que uma curiosidade científica; é uma janela para o passado e o futuro do nosso planeta. Ela nos permite observar, em tempo real, as mesmas forças titânicas que moldaram os continentes e oceanos que conhecemos hoje. A descoberta não é um presságio de catástrofe iminente, mas um lembrete humilde da natureza dinâmica e implacável da Terra. Em um mundo onde nos preocupamos com o futuro em décadas ou séculos, a geologia nos força a pensar em milênios e a reconhecer que o chão sob nossos pés está, silenciosa e perpetuamente, em movimento, construindo o mundo que as futuras civilizações — ou espécies — irão herdar.

Redação do Movimento PB com informações de Click Petróleo e Gás

Redação do Movimento PB [NMG-OGO-15102025-A9B1C8-13P]