O Show Não Pode Parar: Brasil se Despede de Arlindo Cruz, Poeta do Samba
O mundo do samba está de luto. Faleceu nesta sexta-feira (8), no Rio de Janeiro, o cantor, compositor e multi-instrumentista Arlindo Cruz, aos 66 anos. A notícia foi confirmada pela família, que agradeceu o carinho dos fãs. O artista, que lutava contra as sequelas de um AVC sofrido em 2017, deixa um legado imensurável para a música e a cultura popular brasileira, com canções que se tornaram a trilha sonora de milhões de vidas.
Do Berço em Madureira ao Panteão do Samba
Nascido em Madureira, coração do samba carioca, Arlindo Domingos da Cruz Filho era um predestinado. Começou a tocar cavaquinho aos 7 anos e, ainda na juventude, já dividia o palco com mestres como Candeia. Após uma breve passagem pela Aeronáutica, a música falou mais alto. Foi nas rodas do Cacique de Ramos que ele aprimorou seu talento, antes de se juntar a um dos maiores pilares do gênero, o grupo Fundo de Quintal, onde permaneceu por 12 anos e ajudou a definir a sonoridade do pagode.
A Caneta que Embalou o Brasil
Após deixar o grupo, Arlindo iniciou uma carreira solo de sucesso estrondoso, mas seu maior gênio residia na composição. Com mais de 700 músicas de sua autoria, ele se tornou um dos compositores mais gravados e respeitados do país. Seus versos, que falam de amor, amizade, do cotidiano do subúrbio e da alegria de viver, estão eternizados em clássicos como “O Show Tem que Continuar”, “Meu Lugar” e “Bagaço da Laranja”, hinos cantados em uníssono em rodas de samba de todo o Brasil.
Figura onipresente e querida no carnaval do Rio, Arlindo Cruz foi um gigante que soube modernizar o samba sem perder sua essência e suas raízes. Sua partida deixa um silêncio no mundo da música, mas sua obra é um testamento imortal à força da cultura brasileira. Como ele mesmo nos ensinou, a dor passa, a saudade fica, mas a música e a alegria devem sempre continuar.
Da redação com informações de Política & ETC
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