CuriosidadesGeral

Opalas de Pedro II: A Gema Rara do Piauí que Conquista o Mundo e Impulsiona a Economia Local

Opalas de Pedro II: A Gema Rara do Piauí que Conquista o Mundo e Impulsiona a Economia Local
Opalas de Pedro II: A Gema Rara do Piauí que Conquista o Mundo e Impulsiona a Economia Local

Poucas cidades no mundo podem dizer que possuem pedras preciosas capazes de exibir todas as cores do arco-íris. O município de Pedro II, no Norte do Piauí, é dono das únicas jazidas de gema de opala nobre do Brasil e transformou essa raridade geológica em símbolo cultural, econômico e cartão-postal turístico.

A Rara Formação Geológica da Opala Piauiense

Encontrada fora do Brasil somente na Austrália e na Etiópia, as opalas de Pedro II remontam a cerca de 200 milhões de anos. O geólogo Érico Gomes, professor-doutor do Instituto Federal do Piauí (IFPI) e coordenador do Arranjo Produtivo Local (APL), considera a formação como um “capricho da natureza”. “É uma combinação rara de fatores geológicos, em ambiente hidrotermal, que deu ao mineral características únicas”, explica. A extração da opala no município de Pedro II começou por volta de 1940, quando um agricultor encontrou a pedra enquanto limpava um roçado, atraído pelo seu brilho.

Projetos Impulsionam Certificação e Fortalecem a Identidade da Pedra

De acordo com o geólogo, propriedades como a dureza acima da média e a resistência ao craqueamento diferenciam a opala de Pedro II das encontradas na Austrália e na Etiópia. O APL da opala, coordenado por Gomes e pela professora Lilane de Araújo Mendes Brandão, une pesquisa, capacitação e formalização da cadeia, visando sustentabilidade, qualidade, rastreabilidade e reconhecimento internacional. Entre os estudos em andamento está o mapeamento detalhado dos garimpos para entender melhor a formação das opalas e descobrir novas minas.

Do Garimpo Artesanal à Produção de Alto Valor

Um dos processos importantes no trabalho com a pedra opala é a lapidação. Juscelino Araújo, lapidário desde 1987, destaca que a beleza da opala está escondida na pedra bruta e revelá-la exige habilidade. “As cores e o brilho costumam estar no interior da pedra. Basta um ângulo errado para perder tudo. A experiência mostra onde cada joia está.” Apenas cerca de 10% das reservas conhecidas em Pedro II foram extraídas, indicando grande potencial futuro. Aproximadamente 300 homens atuam no garimpo e outras 500 pessoas trabalham com a opala, a maioria dedicada ao trabalho artesanal.

A Paleta de Cores da Opala de Pedro II que Inspira Designers

A designer Áurea Amélia Brandão, diretora de criação da Opalas Pedro II, explica que a opala piauiense oferece uma paleta vasta de cores, com múltiplos tons de vermelho, verde, azul e lilás, sempre em variações exclusivas. Esse caráter irrepetível torna a pedra preciosa tão desejada. Brandão ressalta que a opala já possui força no mercado internacional, e o desafio é divulgar que o Piauí também é uma fonte dessa pedra preciosa.

O Impacto da Opala no Turismo de Pedro II

O impacto da opala vai além da mineração e da joalheria. Segundo o secretário de Turismo de Pedro II, Valdeci Teixeira de Castro, a descoberta da pedra foi um marco turístico no município. O interesse pela raridade atraiu pesquisadores, colecionadores e compradores, que também passaram a explorar as belezas naturais da região, fortalecendo o ecoturismo. Hotéis, restaurantes e lojas de opala registram aumento significativo nas vendas durante eventos. O setor criativo também cresce, com novas lojas, ateliês e experiências turísticas ligadas à cadeia mineral, atraindo empreendedores e investidores.

Governo do Piauí Aposta em Qualificação, Selo de Origem e Geoturismo

A Secretaria de Turismo do Piauí (Setur) reconhece a opala como vetor de desenvolvimento, integrando-a nos produtos estratégicos de desenvolvimento mineral. Há projetos voltados ao avanço tecnológico e à qualificação da cadeia para ampliar o valor agregado da opala. O estado também trabalha para conquistar um selo de origem para a opala piauiense, um passo essencial para ampliar sua exportação e consolidar sua identidade regional. Para apoiar garimpeiros, lapidários e artesãos, o governo investe em programas de formação técnica, cursos profissionalizantes e fomento à criação de centros de lapidação e design de joias, impulsionando a comercialização e o fluxo de turistas.

Da redação do Movimento PB.

(GMI-15-05-2024-10:00:00-MVP-APWAI)