Paraíba Arremata o Holiday: O Que Será do Prédio Abandonado do Recife?

Recife’s Holiday Building, desocupado em 2019 por riscos estruturais, foi leiloado por mais de R$ 21,5 milhões a uma empresa da Paraíba, com verba para quitar dívidas e indenizar ex-proprietários.

O emblemático Edifício Holiday, localizado na Zona Sul do Recife, encontrou um novo proprietário após quase seis anos de abandono. Arrematado por mais de R$ 21,5 milhões em um leilão virtual, a estrutura modernista está prestes a ganhar vida nova nas mãos de uma incorporadora imobiliária da Paraíba.

O certame, realizado no dia 20 de fevereiro de 2025 pela plataforma Lance Certo, consagrou a empresa DG IV LTDA. como a vencedora. A venda encerra um longo capítulo iniciado em março de 2019, quando o prédio foi desocupado devido a sérios problemas estruturais.

Os recursos arrecadados com a transação serão destinados inicialmente à quitação de dívidas pendentes, como reclamações trabalhistas, impostos imobiliários e taxas de serviços públicos. A Prefeitura do Recife também será ressarcida pelos custos do processo e pela avaliação do valor de mercado do imóvel. O montante restante será dividido proporcionalmente entre os antigos proprietários de apartamentos com registros devidamente formalizados.

O novo dono tem a obrigação de revitalizar o edifício, mantendo intacto seu projeto arquitetônico original. A demolição total foi vetada, garantindo que o Holiday preserve sua relevância histórica e cultural. As despesas com a reforma, no entanto, correm por conta do comprador, sem possibilidade de abatimento no valor pago.

O Edifício Holiday conta com 442 quitinetes de 18,03 m² cada, além de 34 apartamentos de dois quartos com 36,06 m². O imóvel inclui ainda 17 lojas e boxes comerciais. Situado em um terreno de 5.054,72 m², possui uma área construída de 15.221,80 m² e uma cobertura de 1.589 m².

A administração municipal autorizou expansões no imóvel, contemplando 4.790,61 m² de áreas privativas, 2.733,83 m² de espaços comuns e mais 2.202,04 m² no terreno. Essas diretrizes foram estabelecidas por equipes técnicas da cidade para atender às normas de planejamento urbano.

Vistoria recente apontou um cenário preocupante: unidades sem portas, janelas ou sistemas básicos, além de entulhos espalhados pelos interiores. A deterioração reforça a necessidade imediata do projeto de recuperação.

Construído em 1956, o Holiday já abrigou mais de 3 mil moradores e foi um símbolo da arquitetura modernista. Sua decadência, agravada por ligações elétricas irregulares e riscos à segurança, culminou na desocupação em 2019. Desde então, o prédio enfrentou atos de vandalismo, protestos de ex-moradores e disputas judiciais, que agora dão lugar ao leilão.


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