Ransomware quântico: Ciberataque do futuro já espiona seus dados

Enquanto a maioria da população ainda se familiariza com os conceitos básicos de segurança digital, uma ameaça silenciosa e futurística já se desenha no horizonte da cibersegurança: o ransomware pós-quântico. Embora computadores quânticos capazes de ataques em larga escala ainda sejam uma realidade distante para o grande público, especialistas alertam que grupos criminosos já estão se preparando para um futuro onde a criptografia atual será obsoleta.
A Estratégia “Coletar Agora, Decifrar Depois”
O grande perigo imediato não reside na existência de computadores quânticos prontos para atacar hoje, mas na estratégia conhecida como “harvest now, decrypt later” (coletar agora, decifrar depois). Daniel Parra, fundador da DPARRA Tecnologia e especialista em TI, explica que cibercriminosos já estão armazenando vastas quantidades de dados criptografados. O objetivo é aguardar o advento da computação quântica, que terá a capacidade de quebrar os algoritmos de segurança atuais, permitindo o acesso a essas informações no futuro.
Essa corrida armamentista digital ocorre em um cenário onde as técnicas de ataque já são cada vez mais sofisticadas, impulsionadas por inteligência artificial e automação. O relatório da Kaspersky já aponta indícios de que o ransomware do futuro poderá se valer da criptografia pós-quântica, tornando a proteção empresarial e a recuperação de dados um desafio ainda maior.
O Peso dos Ciberataques Atuais
Os custos dos ciberataques já são alarmantes. Nos últimos três anos, empresas em todo o mundo amargaram um prejuízo médio de US$ 3,32 milhões (aproximadamente R$ 17,7 milhões). No Brasil, um terço das companhias enfrentou perdas de pelo menos US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões), conforme dados de uma pesquisa da PwC, repercutidos pela CNN Brasil.
Apesar desses números assustadores, o mesmo levantamento revela uma preocupante realidade: apenas 2% das organizações globalmente implementaram ações efetivas de proteção cibernética. “A era pós-quântica não é um problema para amanhã, é uma transformação estratégica que exige ações hoje”, alerta Parra, enfatizando a necessidade de uma transição organizada e menos custosa.
Como se Proteger: Recomendações Essenciais
Para mitigar os riscos e preparar-se para o futuro da cibersegurança, Daniel Parra recomenda três ações cruciais:
- Inventário Criptográfico Completo:
- Priorizar Dados de Longa Retenção:
- Fortalecer a Resiliência Operacional:
“A defesa eficaz começa muito antes do ataque existir”, afirma o executivo. Ele sugere a adoção de esquemas híbridos, que combinam a criptografia tradicional com a pós-quântica. Essa abordagem permite uma incorporação gradual da nova proteção sem interromper os sistemas existentes, oferecendo tempo para testar e adaptar-se às evoluções dos algoritmos.
O desafio é grande, mas a preparação é a chave para diferenciar organizações resilientes das vulneráveis. Iniciar o inventário, mapear riscos, testar algoritmos pós-quânticos e envolver a diretoria e fornecedores em um plano de transição de longo prazo são passos inadiáveis para garantir a segurança no futuro digital.
Da redação do Movimento PB.
