Relógios inteligentes podem expor usuários a produtos químicos prejudiciais, aponta estudo

Especialista alerta sobre PFAS em pulseiras de relógios esportivos e pede alternativas seguras

Nos últimos anos, os Smartwatches, dispositivos de monitoramento de saúde e atividades físicas se tornaram itens essenciais para milhões de pessoas ao redor do mundo. Estima-se que um em cada três americanos utiliza um relógio ou pulseira fitness, dispositivos que monitoram batimentos cardíacos, passos, qualidade do sono e incentivam a prática regular de exercícios. No entanto, um novo estudo revela que as pulseiras desses smartwatches podem conter produtos químicos prejudiciais para a saúde: os PFAS.

O que são os PFAS e por que são preocupantes?

Os PFAS (substâncias per e polifluoroalquil) são compostos químicos conhecidos por sua resistência ao calor, óleo e água. Eles são frequentemente encontrados em materiais como fluoroelastômeros, utilizados na fabricação de pulseiras sintéticas de relógios esportivos devido à sua durabilidade e resistência ao suor.

Foto Divulgação

De acordo com o físico Dr. Graham Peaslee, da Universidade de Notre Dame, que liderou o estudo, os níveis de PFAS encontrados em algumas pulseiras são alarmantes. “Os níveis são tão altos que não deveríamos estar utilizando esse material”, afirma Peaslee ao discutir os riscos da presença desses produtos químicos tão prejudiciais a nossa saúde nos smartwatches.

Risco direto para os usuários

O estudo identificou que, durante atividades físicas, o calor e o suor podem aumentar a absorção dos PFAS pela pele, permitindo que as substâncias entrem na corrente sanguínea. Segundo Peaslee, esses compostos não se acumulam apenas no soro do sangue, mas se ligam diretamente às células vermelhas, tornando sua detecção mais complexa em exames comuns.

Um dos compostos mais preocupantes identificados no estudo é o PFHxA, já banido na União Europeia, mas ainda sem regulamentação específica nos Estados Unidos. Esse composto tem potencial para afetar o fígado, células sanguíneas e o sistema endócrino, o que destaca ainda mais a necessidade de evitar a presença de produtos químicos prejudiciais nos smartwatches.

Pulseiras mais caras têm maior concentração de PFAS

Smartwatchs e produtos químicos prejudiciais à saúde

Peaslee destaca que há uma correlação direta entre o preço das pulseiras e a presença de PFAS:

  • Pulseiras acima de US$ 30: 100% continham entre 50% e 90% de flúor.
  • Pulseiras entre US$ 15 e US$ 30: 86% apresentaram níveis de flúor variando entre zero e 75%.
  • Pulseiras abaixo de US$ 15: Todas tinham menos de 1% de flúor, sugerindo baixa probabilidade de conter PFAS.

Alternativas e responsabilidade dos fabricantes e como evitar a inclusão desses produtos químicos prejudiciais à saúde nos smartwatches

Para Peaslee, a solução passa por uma ação conjunta entre consumidores e fabricantes. Ele ressalta que muitas empresas, ao serem informadas sobre os riscos dos PFAS, tendem a buscar alternativas mais seguras. “Se não temos uma alternativa, precisamos criá-la. É hora de eliminar essas substâncias dos produtos que usamos diariamente”, afirma o pesquisador.

Enquanto regulamentações mais rígidas não são implementadas, os consumidores devem estar atentos às informações nos rótulos e optar por smartwatches com pulseiras feitas de materiais menos suscetíveis à presença de produtos químicos prejudiciais à saúde.


Texto traduzido e adaptado de [SBG News] e revisado pela nossa redação.

Link para o artigo em inglês publicado pela Universidade de Notre Dame

Link para outro artigo sobre o mesmo assunto publicado no site ACS

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