Transnordestina: Ferrovia Estratégica Coloca o Ceará no Mapa Global do Lítio

A maior ferrovia do Nordeste promete revolucionar a economia regional, impulsionando a exportação de lítio para mercados internacionais.

A Ferrovia Transnordestina, com previsão de conclusão para 2027, será a principal rota para o transporte de lítio extraído no Ceará, especialmente da região de Quixadá, até o Porto do Pecém. De lá, o mineral seguirá para mercados globais como China, Índia, Alemanha e Canadá. A expectativa é de que a ferrovia transporte mensalmente 150 mil toneladas do mineral, essencial para tecnologias como baterias de veículos elétricos e dispositivos eletrônicos.

Transformação Econômica e Estratégica

O projeto faz parte de um plano ambicioso da DCL Minerais, que prevê investimentos de R$ 25 milhões em Quixadá para a construção de um galpão de britagem e uma usina de flotação. Essas instalações terão capacidade para beneficiar minerais como ambligonita, spodumênio e lepidolita, transformando-os em lítio de alta pureza.

Daniel Correa, proprietário da DCL, destacou que a estrutura deve gerar 200 empregos durante a construção e, posteriormente, empregar entre 80 e 100 pessoas de forma permanente. O projeto inclui ainda a construção de uma estrada ligando o galpão ao terminal da Transnordestina, facilitando o escoamento do lítio até o porto.

Exportações e Produção Antecipada

Embora a ferrovia seja crucial para a logística de exportação, a DCL já planeja iniciar os embarques em janeiro de 2024. Até a conclusão da Transnordestina, o transporte será feito por carretas, que realizarão 111 viagens diárias até o Porto do Pecém. O primeiro carregamento de lítio, com destino a Hong Kong, está previsto para o início do próximo ano.

Atualmente, a empresa já produz 1.500 toneladas de lítio, mas a meta é atingir as 150 mil toneladas mensais, consolidando o Ceará como um dos principais polos de produção do mineral no Brasil.

Impacto Regional e Global

Além de fortalecer a posição brasileira no mercado global de lítio, a ferrovia deve atrair bilhões em investimentos e impulsionar o desenvolvimento regional. O advogado Tomás Figueiredo, especialista em mineração, ressaltou que o Ceará é uma das três maiores províncias de lítio do Brasil, ao lado de Minas Gerais e regiões do Norte. No entanto, ele destaca a necessidade de mais estudos geológicos para explorar todo o potencial do estado.

Com o avanço da Transnordestina e a expansão da produção de lítio, o Nordeste se posiciona como uma região estratégica para o mercado global de minerais críticos, fundamentais para a transição energética e a revolução tecnológica em curso.

Texto adaptado do Diário do Nordeste e revisado pela nossa redação.

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