Vaticano encerra debate: Virgem Maria não deve ser chamada de ‘corredentora’
Documento da Doutrina da Fé reafirma que Jesus Cristo é o único salvador e que o título mariano pode causar “confusão e desequilíbrio”.
O Vaticano publicou um novo documento nesta terça-feira (04/11) esclarecendo o papel da Virgem Maria na fé católica e rejeitando formalmente o uso do título “corredentora”. A determinação, vinda do Dicastério para a Doutrina da Fé, encerra uma longa discussão teológica ao reafirmar que Jesus Cristo é o único responsável pela salvação do mundo.
Segundo o texto, o título “corredentora” é considerado “inadequado e problemático”. A Santa Sé argumenta que o termo pode “criar confusão e desequilíbrio na harmonia das verdades da fé cristã”. Conforme a nota, Maria “abriu as portas da Redenção”, mas não participa dela como salvadora. O Vaticano recomendou que os fiéis utilizem referências como “Mãe dos Fiéis”, “Mãe Espiritual” e “Mãe dos Devotos”.
Nuances teológicas e o histórico dos Papas
O documento também analisou outros títulos. O uso de “Mediadora” foi considerado “inaceitável” caso assuma um significado que exclua Jesus Cristo. Contudo, conforme informou o Vatican News, portal de notícias da Santa Sé, o termo pode ser usado se expressar uma “mediação inclusiva e participativa que glorifique o poder de Cristo”. Títulos como “Mãe da Graça” devem ser aplicados com cautela.
A visão de que Jesus é o salvador exclusivo era compartilhada pelo Papa Francisco, que faleceu em abril. Em 2019, ele descreveu a ideia de Maria como “corredentora” como “loucura”. Seu antecessor, Bento XVI, também se opôs ao título. Curiosamente, João Paulo II chegou a apoiar a proposta, mas deixou de usar o termo publicamente em meados da década de 1990, diante do ceticismo crescente sobre o tema.
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Da redação do Movimento PB da Revista Veja
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