Virgínia Anuncia 1ª Usina de Fusão Nuclear em Escala de Rede

Um Marco Histórico
A startup Commonwealth Fusion Systems (CFS) anunciou, em 27 de maio de 2025, a construção da primeira usina de fusão nuclear em escala de rede do mundo, no James River Industrial Center, perto de Richmond, Virgínia. Com um investimento multibilionário, a usina, chamada ARC, promete gerar 400 megawatts de energia limpa até o início dos anos 2030, suficiente para abastecer 150 mil residências. O governador Glenn Youngkin classificou o projeto como “um momento histórico para a Virgínia e o mundo”.
A Promessa da Fusão Nuclear
A fusão nuclear, que alimenta estrelas como o Sol, funde átomos de hidrogênio, liberando energia abundante sem emissões de carbono ou resíduos radioativos de longa duração, diferentemente da fissão nuclear usada em usinas atuais. A tecnologia utiliza um reator tokamak, em forma de donut, que confina plasma superaquecido com ímãs supercondutores de alta temperatura. Apesar de décadas de promessas, a fusão comercial sempre esteve “a décadas de distância”, mas a CFS afirma estar próxima de tornar essa energia viável.
Avanços da CFS
Fundada em 2018 como spin-off do MIT, a CFS já arrecadou mais de US$ 2 bilhões. A empresa está desenvolvendo o reator SPARC, que deve produzir seu primeiro plasma em 2026 e alcançar energia líquida – gerando mais energia do que consome – logo após. A usina ARC será a próxima etapa, conectando a fusão à rede elétrica com apoio da Dominion Energy, que fornecerá assistência técnica e alugará o terreno. O local foi escolhido entre 100 opções globais por sua economia em crescimento e infraestrutura energética.
Desafios e Concorrência
Embora promissor, o caminho para a fusão comercial é complexo. Jerry Navratil, professor da Universidade de Columbia, alerta que startups como a CFS podem ser “agressivas” em suas promessas, destacando a diferença entre gerar energia em laboratório e operar uma usina segura e licenciada. Concorrentes, como a chinesa Energy Singularity, buscam reatores menores e mais baratos, enquanto o projeto internacional ITER, na França, prevê avanços apenas em 2035. A CFS, porém, aposta em ímãs supercondutores para reduzir custos e tamanho.
Impacto Econômico e Climático
A usina ARC deve criar centenas de empregos e atrair bilhões em investimentos, beneficiando a economia de Chesterfield County. A Virgínia, maior mercado de data centers do mundo, enfrenta uma demanda energética que deve triplicar até 2030, e a fusão pode suprir essa necessidade sem emissões. Se bem-sucedida, a tecnologia pode redefinir a geopolítica energética, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e apoiando metas climáticas globais.
Com informações de CNN Brasil, Reuters, MIT News