Argentina agradece aos EUA por resgate de venezuelanos, mas ignora papel do Brasil na proteção da embaixada


Por Redação do Movimento PB, com informações da revista Veja

O governo da Argentina, liderado pelo presidente Javier Milei, agradeceu publicamente aos Estados Unidos pela operação de resgate de cinco venezuelanos que estavam asilados na Embaixada argentina em Caracas, na Venezuela. Em declarações oficiais feitas nesta terça-feira (6), Milei e o Ministério das Relações Exteriores destacaram a atuação americana, especialmente a do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, mas não mencionaram o papel desempenhado pelo Brasil, que foi responsável por zelar pelo prédio diplomático argentino durante nove meses.

Em nota oficial, a Casa Rosada destacou o êxito da operação de retirada dos refugiados venezuelanos e valorizou os esforços do governo americano: “O presidente expressa o seu reconhecimento pela bem-sucedida operação que permitiu que os cinco venezuelanos refugiados na sede da Embaixada argentina na Venezuela fossem extraídos de Caracas e levados ao solo estadunidense”.

O comunicado também afirmou que o governo argentino “valoriza profundamente os esforços realizados para garantir a segurança e o bem-estar daqueles que, por muito tempo, ficaram sob proteção argentina da perseguição do regime de Nicolás Maduro”.

A chancelaria argentina seguiu o mesmo tom ao emitir um agradecimento formal aos Estados Unidos, reiterando o reconhecimento ao trabalho de Marco Rubio: “Queremos estender um agradecimento especial ao secretário de Estado, Marco Rubio, pela sua liderança e pelo seu compromisso pessoal nessa operação”.

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Após o pronunciamento argentino, Rubio escreveu na rede social X (antigo Twitter): “Os Estados Unidos celebram o resgate bem-sucedido de todos os reféns mantidos pelo regime de Maduro na Embaixada da Argentina em Caracas. Após uma operação precisa, todos os reféns estão agora em segurança em solo americano”.

Ele ainda criticou o governo de Nicolás Maduro: “O regime ilegítimo de Maduro minou as instituições venezuelanas, violou os direitos humanos e colocou em risco nossa segurança regional. Expressamos nossa gratidão a todo o pessoal envolvido nesta operação e aos nossos parceiros que ajudaram a garantir a libertação segura desses heróis venezuelanos”.

A líder opositora venezuelana María Corina Machado também se manifestou sobre o episódio, descrevendo a ação como “uma operação impecável e épica pela liberdade de cinco heróis da Venezuela”. Em publicação nas redes sociais, ela prometeu lutar pela libertação de todos os presos políticos e dos 30 milhões de venezuelanos que, segundo ela, sofrem sob o regime chavista.

Refúgio e cerco

Os cinco asilados — Magalli Meda, Pedro Urruchurtu, Claudia Macero, Omar González e Humberto Villalobos — são membros da equipe de María Corina Machado e buscaram refúgio na sede diplomática argentina após o regime de Maduro expulsar os representantes da Argentina e intensificar a repressão à oposição.

Desde a expulsão dos diplomatas argentinos, o prédio da embaixada passou a ser protegido pelo Brasil. Durante os nove meses de abrigo, o local enfrentou diversas dificuldades impostas pelas autoridades venezuelanas, como cortes no fornecimento de eletricidade, água e restrições ao acesso de caminhões-pipa que abasteciam o edifício esporadicamente com 2 mil litros de água a cada 13 dias.

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Apesar desse papel importante do Brasil na proteção do espaço diplomático e dos asilados, o governo argentino evitou qualquer referência ao país nas manifestações públicas sobre a operação de resgate.


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