Ataques dos EUA não destruíram instalações nucleares do Irã, diz Pentágono
Os ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã não destruíram as áreas subterrâneas dos complexos, segundo avaliação inicial do Pentágono. Embora tenham sido utilizados artefatos como as bombas “bunker buster”, capazes de atravessar até 18 metros de concreto ou 61 metros de solo, o impacto foi limitado às estruturas de superfície.
Danos visíveis e limitações dos bombardeios
As instalações de Fordo, Natanz e Isfahan foram atingidas e apresentaram grandes crateras nas áreas externas, segundo imagens de satélite divulgadas. Entradas foram seladas e parte das estruturas acima do solo foi danificada ou destruída. No entanto, as centrifugadoras, principais equipamentos utilizados no enriquecimento de urânio, permanecem em grande parte intactas.
Fontes próximas ao Pentágono indicaram que o ataque pode ter atrasado o programa nuclear do Irã apenas por alguns meses. O ritmo de retomada dependerá da capacidade iraniana de desobstruir as áreas e realizar reparos. Há informações de que parte do estoque de urânio foi transferido antes dos bombardeios.
Posições oficiais e repercussão
Autoridades americanas classificaram a operação como bem-sucedida. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, declarou que os bombardeios “obliteraram” a capacidade iraniana de desenvolver armas nucleares. Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que os ataques eliminaram ameaças nucleares e de mísseis.
Por outro lado, fontes iranianas minimizaram os impactos, alegando que os materiais mais sensíveis já haviam sido removidos previamente das áreas bombardeadas.
Cessar-fogo e tensão regional
O Irã retaliou os bombardeios lançando mísseis contra a base americana de Al-Udeid, no Qatar. A maioria foi interceptada e não houve registro de feridos. Após o episódio, foi anunciado um cessar-fogo entre Irã e Israel, intermediado pelos Estados Unidos.
Especialistas alertam que o Irã segue sob forte monitoramento por parte dos EUA e de Israel, e novas tentativas de reconstrução de seu programa nuclear podem provocar novas ações militares.
Adaptado da BBC News.