Australiano deportado dos EUA após cerimônia em memória da irmã

Um australiano foi detido e deportado dos Estados Unidos em março de 2025, mesmo com um visto de trabalho ainda válido, após uma rápida viagem à Austrália para realizar a cerimônia de despedida de sua irmã, espalhando suas cinzas. Jonathan (nome fictício para proteger sua identidade), que vivia há anos na costa leste dos EUA, agora enfrenta um futuro incerto, separado de sua companheira, casa e carreira.

No dia 3 de março de 2025, Jonathan chegou ao aeroporto de Houston, Texas, esperando passar pela imigração sem problemas. No entanto, foi encaminhado a uma sala de inspeção secundária, onde encontrou um ambiente tenso, com cerca de 100 pessoas — famílias e viajantes da América do Sul, Canadá, Europa e outros lugares. Após horas de espera, ele foi interrogado por agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês), que o acusaram de carregar dois celulares e envolvimento com tráfico de drogas. Jonathan negou as acusações, entregando seu único celular para verificação.

As entrevistas que se seguiram intensificaram o problema. Os agentes questionaram sua residência nos EUA, interpretando sua afirmação de morar no país como intenção de permanecer indefinidamente, apesar de seu visto ter validade por mais de um ano. Ele foi informado que o visto havia sido cancelado e que estava proibido de entrar nos EUA por cinco anos. Jonathan assinou um documento que o classificava como “imigrante sem visto válido”, sentindo não ter alternativa. Um dos agentes teria dito: “Trump voltou ao comando; agora fazemos as coisas do jeito certo”.

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Por mais de 36 horas, Jonathan permaneceu detido em condições difíceis, com refeições de baixa qualidade e acesso restrito a comunicação. Ele teve direito a uma única ligação, feita por um agente para seu pai. Somente antes de embarcar em um voo de volta à Austrália, escoltado por seguranças, ele recebeu seus pertences. Atualmente, ele vive de favor na casa de amigos na Austrália, enquanto avalia opções legais. Advogados alertaram que contestar a deportação pode custar milhares de dólares e levar anos.

Sua companheira, que permanece nos EUA, expressou desespero: “Estou arrasada. Planejávamos construir uma família, mas agora estamos separados por esse pesadelo.” Ela tenta controlar a ansiedade e organizar um reencontro, enquanto oferece apoio a distância, desejando que outros em situações parecidas não se sintam sozinhos.

O caso de Jonathan não é isolado. Nos últimos meses, viajantes com vistos válidos, incluindo britânicos, alemães e canadenses, relataram detenções semelhantes, reflexo de uma fiscalização imigratória mais rigorosa nos EUA. O site Smartraveller, mantido pelo governo australiano, alerta que um visto válido não assegura a entrada no país, já que os agentes de imigração têm poder para considerar qualquer pessoa “inadmissível” por motivos diversos.

Com informações de The Guardian.

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