Bombardeiros americanos B-1B sobrevoam o litoral da Venezuela em nova demonstração de força dos EUA
Dois bombardeiros supersônicos B-1B da Força Aérea dos Estados Unidos sobrevoaram o Mar do Caribe, próximo à costa da Venezuela, nesta segunda-feira (27), segundo dados do rastreador de voos Flightradar24. Esta é a terceira operação do tipo registrada em menos de um mês, elevando as tensões militares na região.
Escalada militar e temores em Caracas
O sobrevoo acontece em meio a uma série de movimentações militares de Washington no Caribe, oficialmente sob o pretexto de combater o tráfico internacional de drogas. No entanto, o governo de Nicolás Maduro acusa os Estados Unidos de promoverem uma “campanha de intimidação” e de preparar uma possível ação para forçar uma mudança de regime na Venezuela.
De acordo com o Flightradar24, as aeronaves partiram de uma base aérea no estado americano de Dakota do Norte, percorrendo o espaço aéreo internacional paralelo ao litoral venezuelano antes de desaparecerem do radar.
Sequência de missões e presença naval crescente
Os Estados Unidos vêm intensificando sua presença militar na América Latina desde o início de setembro. Na semana passada, outro B-1B foi detectado voando próximo à Venezuela, e dias antes, bombardeiros B-52 realizaram manobras semelhantes. Paralelamente, o grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford foi deslocado para a região, acompanhado por sete embarcações da Marinha norte-americana.
Washington também posicionou dez caças furtivos F-35 em Porto Rico, como parte de uma operação descrita pelo Pentágono como “esforço de segurança e combate ao crime transnacional”. Contudo, a opacidade das informações e a ausência de provas concretas sobre o envolvimento das embarcações atacadas com o narcotráfico alimentam suspeitas sobre os reais objetivos da mobilização.
Mortes e questionamentos sobre legitimidade das ações
Desde o início da campanha militar, os Estados Unidos realizaram ao menos dez ataques contra embarcações consideradas suspeitas — nove lanchas e um semissubmersível — resultando em 43 mortes confirmadas, segundo levantamento da agência AFP com base em dados oficiais. Até o momento, nenhuma evidência pública foi apresentada para sustentar que os alvos tinham relação com o tráfico de drogas.
Reação diplomática e alerta regional
A movimentação militar americana preocupa países vizinhos e eleva a tensão diplomática no Caribe. A Venezuela denunciou à ONU o que classificou como “provocação militar disfarçada de operação antinarcóticos”. O governo de Trinidad e Tobago, cuja costa fica a poucos quilômetros do território venezuelano, também expressou cautela, pedindo que “a estabilidade regional seja preservada”.
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou recentemente que o país está disposto a ajudar na mediação entre Caracas e Washington, ressaltando a importância de manter a América do Sul como “zona de paz”.
Conclusão
O sobrevoo dos bombardeiros B-1B marca um novo capítulo na crescente tensão geopolítica entre os Estados Unidos e a Venezuela. Sob o argumento de combater o narcotráfico, Washington expande sua presença militar na região, enquanto Caracas vê nas operações uma ameaça direta à sua soberania. Analistas alertam que o risco de incidentes militares acidentais cresce a cada nova manobra — e que uma escalada poderia desestabilizar todo o Caribe e a América do Sul.
Com informações de CartaCapital, AFP e Flightradar24.
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