Internacional

Cessar-fogo entre Israel e Irã desmorona em poucas horas

Um acordo frágil e de curta duração

Um cessar-fogo entre Israel e Irã, mediado pelos Estados Unidos e pelo Catar, entrou em colapso poucas horas após seu início nesta terça-feira. O presidente dos EUA, Donald Trump, que havia anunciado o acordo, expressou frustração com ambos os lados, enquanto acusações mútuas de violação da trégua elevavam novamente a tensão no Oriente Médio.

O acordo, que deveria encerrar um conflito de 12 dias iniciado com ataques israelenses a instalações nucleares iranianas, mal teve tempo de ser implementado. Israel acusou o Irã de lançar novos ataques após o prazo estabelecido, uma alegação negada por Teerã, que por sua vez prometeu responder a qualquer nova agressão israelense.

Troca de acusações e a quebra do acordo

O governo israelense confirmou sua adesão ao cessar-fogo por volta das 6h (GMT), mas horas depois, as Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram ter identificado mísseis lançados do Irã. O governo acusou Teerã de uma “violação completa” do acordo e instruiu suas forças a continuarem os ataques.

O Irã negou ter disparado mísseis após o início do cessar-fogo. A Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC) afirmou ter atingido “centros militares e logísticos” em Israel nos “momentos finais antes que o cessar-fogo fosse imposto”. A agência de notícias Tasnim, ligada à IRGC, relatou que Israel lançou um novo ataque em três fases após o início da trégua.

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A reação de Donald Trump

Em sua plataforma Truth Social, o presidente americano, Donald Trump, apelou diretamente a Israel: “não jogue essas bombas” no Irã. Em declarações a repórteres na Casa Branca, ele se disse “não feliz” com Israel, afirmando que “esses caras precisam se acalmar”.

Trump demonstrou irritação com o fracasso do acordo que ele havia anunciado. “O cessar-fogo está em vigor”, insistiu ele em uma postagem posterior, apesar dos relatos de novos confrontos, mostrando a dificuldade de Washington em controlar a escalada entre os dois adversários.

O pano de fundo: a questão nuclear e o custo humano

O conflito teve início em 13 de junho, quando Israel atacou instalações nucleares e militares no Irã, alegando que o país estava próximo de construir uma arma nuclear. A ofensiva ocorreu em meio à crescente preocupação internacional com o aumento da produção de urânio enriquecido pelo Irã, um componente chave para armas nucleares.

Os EUA se juntaram aos ataques, utilizando suas chamadas bombas “bunker buster” em instalações subterrâneas. A crise já tem um alto custo humano. Segundo o ministério da saúde do Irã, 610 pessoas foram mortas e mais de 4.700 ficaram feridas desde o início dos ataques israelenses. Do lado de Israel, o número de mortos subiu para 28, segundo seu ministério da saúde.

Com informações da BB Internacional

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