Chanceler alemão expressou alívio após deixar Cop30: “Ninguém quis ficar”
Chanceler alemão Friedrich Merz relata que nenhum jornalista quis ficar em Belém após a COP 30, ressaltando desafios logísticos e apoio ao Fundo Florestas para Sempre.
O chanceler alemão Friedrich Merz expressou publicamente seu alívio ao deixar Belém, onde participou da Cúpula de Líderes da COP 30. Durante um discurso registrado pela Deutsche Welle, Merz revelou que perguntou aos jornalistas que o acompanhavam no evento quem gostaria de ficar na capital paraense após a conferência. Segundo ele, nenhum dos presentes manifestou interesse em permanecer no local. “Ninguém levantou a mão. Todos ficaram aliviados por termos voltado para a Alemanha – especialmente daquele lugar onde estávamos (Belém)”, afirmou.
Contexto da COP 30 em Belém
A edição deste ano da Cúpula de Líderes do Clima, realizada em Belém, ganhou atenção internacional não apenas pelos temas ambientais debatidos, mas também pelas condições logísticas enfrentadas pelos participantes. Antes mesmo do início oficial, ao menos 25 países enviaram telegramas ao governo brasileiro criticando os custos elevados de hospedagem e alimentação, as dificuldades de transporte e a insuficiência de hotéis na cidade.
Essas dificuldades geraram uma carta assinada por 25 nações solicitando a transferência total ou parcial da sede do evento, o que evidenciou tensões diplomáticas em torno da organização local da COP 30. Tais fatos ressoaram na fala do chanceler Merz, dando um tom crítico e de ironia ao seu relato.
Reunião com Lula e postura da Alemanha
Durante sua estada em Belém, o chanceler alemão também se reuniu com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. No encontro, Merz manifestou apoio à iniciativa brasileira Fundo Florestas para Sempre (TFFF), criado para financiar a preservação das florestas tropicais. Contudo, ele não detalhou o montante que a Alemanha pretende contribuir, mantendo em aberto a questão do comprometimento financeiro alemão.
O gesto simboliza uma tentativa de fortalecer a cooperação bilateral em temas ambientais, mas aparece em meio a um cenário de críticas generalizadas à infraestrutura local da conferência. Além disso, a postura pública do chanceler, destacando o desconforto vivido em Belém, refletem preocupações maiores sobre a capacidade do Brasil em sediar eventos internacionais complexos.
Implicações para os próximos eventos globais
O episódio revela desafios logísticos e diplomáticos enfrentados por países emergentes ao sediar conferências globais de grande porte, especialmente aquelas focadas em sustentabilidade e clima. A percepção de insatisfação dos participantes pode impactar a imagem do Brasil no contexto internacional, levantando debates sobre investimentos em infraestrutura e acessibilidade.
Por outro lado, o apoio ao Fundo Florestas para Sempre demonstra que, apesar dos contratempos, ainda há espaço para diálogo e cooperação em torno da preservação ambiental. A Alemanha, importante país europeu e potência econômica, reforça seu papel como ator global no combate às mudanças climáticas, embora espere condições adequadas para participação e representação.
O balanço feito pelo chanceler Merz torna-se, portanto, um indicativo das complexidades envolvidas na realização de encontros multilaterais, especialmente em localidades fora do eixo tradicional de grandes metrópoles.
[Da redação do Movimento PB]
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