Chicago sitiada: Agentes de imigração usam helicópteros, gás lacrimogêneo e táticas de guerra contra a população
Em uma escalada de violência sem precedentes, forças federais de Trump invadem apartamentos, algemam políticos e transformam bairros da terceira maior cidade dos EUA em uma “zona de guerra”, gerando uma crise institucional com o governo local.
A cidade de Chicago está vivendo sob um estado de sítio. Em uma demonstração de força que borra as linhas entre a aplicação da lei e a ocupação militar, agentes federais de imigração do governo Trump intensificaram suas operações, utilizando táticas cada vez mais agressivas e combativas que estão aterrorizando comunidades e gerando uma onda de violência. A situação atingiu um ponto crítico com relatos de agentes invadindo um prédio de apartamentos de helicóptero no meio da noite, usando agentes químicos perto de escolas e algemando uma vereadora que tentava intervir em uma ação.
O episódio mais chocante ocorreu em um complexo de apartamentos no South Side de Chicago, onde 37 imigrantes foram presos em uma operação cinematográfica. Usando caminhões não identificados e helicópteros Black Hawk, de onde teriam descido de rapel, os agentes cercaram o prédio, arrombaram portas e, segundo relatos, usaram lacres plásticos (zip ties) para imobilizar famílias inteiras, incluindo crianças e cidadãos americanos, que foram acordados no meio da noite. “Eu perguntei se eles tinham um mandado e pedi um advogado. Eles nunca trouxeram um”, relatou Rodrick Johnson, um cidadão americano de 67 anos que foi brevemente detido.
A retórica e as táticas de guerra não são uma hipérbole dos moradores, mas uma descrição corroborada pelo próprio governador de Illinois, JB Pritzker. “Eles são os únicos que estão transformando isso em uma zona de guerra”, declarou Pritzker à CNN. “Eles disparam gás lacrimogêneo e granadas de fumaça, e fazem parecer que é uma zona de guerra”. A tensão institucional explodiu quando o governador democrata revelou que a Casa Branca exigiu que ele mobilizasse a Guarda Nacional contra sua própria população, uma ordem que ele classificou como “não americana” e se recusou a cumprir.
A violência nas ruas de Chicago tornou-se uma cena diária. O uso de agentes químicos se tornou frequente, não apenas para controlar protestos, mas durante as operações de imigração. Em um dos incidentes mais graves, uma lata de gás foi lançada perto de uma escola primária, forçando a instituição a manter as crianças dentro do prédio durante o recreio. Em outro, a vereadora Jessie Fuentes foi algemada em um hospital simplesmente por exigir ver um mandado para a prisão de um homem que estava sendo atendido. A situação escalou ainda mais no sábado, quando agentes da Patrulha de Fronteira balearam uma mulher, cidadã americana, durante um protesto.
A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, defendeu as táticas agressivas, alegando que a missão é “extremamente perigosa” e que os agentes enfrentam ameaças de morte. Ela chegou a postar vídeos editados da operação com helicópteros em suas redes sociais. No entanto, para os moradores e líderes locais, as ações federais são ilegais e violam os direitos constitucionais mais básicos. “O ICE agiu como um exército invasor em nossos bairros”, afirmou a deputada estadual Lilian Jiménez. “Helicópteros pairavam sobre nossas casas, aterrorizando famílias. Essas ações vergonhosas e sem lei são uma violação do nosso direito mais básico: o de viver livre da perseguição и do medo”.
Enquanto a batalha legal se intensifica, com subúrbios processando o governo federal e investigações criminais sendo abertas contra os agentes, a realidade nas ruas de Chicago é de uma cidade conflagrada. A ofensiva do governo Trump, que já resultou na prisão de mais de 1.000 imigrantes na região no último mês, transformou a aplicação da lei migratória em uma guerra de baixa intensidade contra a própria população, deixando um rastro de medo, violência e uma ferida profunda na já polarizada democracia americana.
Redação do Movimento PB
Redação do Movimento PB [NMG-OGO-06102025-A9B1C8-13P]