Chile Declara Emergência e Toque de Recolher Após Apagão que Afetou 90% do País

Falha generalizada no sistema elétrico deixou milhões sem energia; governo investiga possíveis causas, como incêndios ou sabotagem, e mobiliza ministérios para conter crise.

Extensão do Colapso Energético

Um apagão massivo atingiu o Chile na terça-feira (25/02), interrompendo o fornecimento de energia de Arica, no extremo norte, até Los Lagos, no sul — região que concentra mais de 90% da população do país, cerca de 18 milhões de pessoas. Duas províncias argentinas também foram afetadas. O blecaute ocorreu durante uma intensa onda de calor, agravando o cenário de caos.

Medidas Emergenciais do Governo

O presidente Gabriel Boric decretou estado de emergência e toque de recolher como resposta imediata à crise. Autoridades ativaram o Plano de Recuperação de Serviços, priorizando a reativação de usinas hidrelétricas. “Já normalizamos o abastecimento em algumas áreas, mas o trabalho continua”, afirmou Ernesto Huber, chefe da Coordenação Nacional de Eletricidade (CEN).

Ministérios como Energia, Saúde e Obras Públicas, além de órgãos de segurança, foram mobilizados. Boric monitora a situação em tempo real no Centro de Gestão Operacional da polícia em Santiago.

Investigação Sobre Causas

As hipóteses incluem incêndios florestais — comuns no verão chileno — e sabotagem intencional. Uma sessão especial foi convocada para analisar evidências técnicas. “Não descartamos nenhuma possibilidade. A prioridade é garantir a segurança da população”, declarou o Ministério do Interior.

Caos em Santiago

Na capital, o apagão paralisou semáforos, metrô e serviços essenciais. Bancos, shoppings e comércios fecharam às pressas, e moradores relataram congestionamentos e dificuldades de locomoção. Hospitais funcionaram com geradores, mas unidades menores enfrentaram desafios.

Contexto e Preocupações

O incidente reacendeu debates sobre a vulnerabilidade da infraestrutura energética chilena, especialmente em períodos de extremos climáticos. Em 2024, o país registrou recordes de temperatura, aumentando a demanda por sistemas de refrigeração. Especialistas alertam para a necessidade de investimentos em redes inteligentes e fontes alternativas.

Texto adaptado de DW, AFP e revisado pela nossa redação.

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