China confirma acordo comercial com EUA e reforça compromisso com trégua tarifária
A China confirmou, em 12 de junho de 2025, um acordo comercial anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que ambos os lados devem respeitar o consenso alcançado e destacando que “sempre mantém sua palavra”. O acordo, selado após uma conversa telefônica entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping na semana passada, estabelece uma trégua delicada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, segundo o Terra. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou em coletiva: “A China sempre cumpriu sua palavra e apresentou resultados. Agora, os dois lados devem implementar o consenso.”
Origem do acordo
O entendimento surgiu após um impasse iniciado semanas após um acordo preliminar em Genebra, em 12 de maio de 2025, que previa uma trégua de 90 dias nas tarifas punitivas. A ligação entre Trump e Xi, seguida por dois dias de negociações em Londres, reforçou o pacto, focado em aliviar tarifas retaliatórias. As tensões escalaram em abril, quando Trump impôs tarifas de até 125% sobre produtos chineses, e Pequim respondeu com taxas de 84%, segundo o G1. A China também restringiu exportações de terras raras, essenciais para tecnologia, enquanto os EUA limitaram softwares de semicondutores e componentes aeroespaciais.
Termos do acordo
Trump anunciou no Truth Social que a China fornecerá “ímãs completos e todas as terras raras necessárias” antecipadamente, enquanto os EUA permitirão o retorno de estudantes chineses às universidades americanas, uma medida que ele chamou de “sempre positiva”. As tarifas americanas somam 55%, incluindo 10% “recíprocos” a todos os parceiros, 20% sobre importações chinesas por questões ligadas ao fentanil, e 25% remanescentes do primeiro mandato de Trump, conforme a Casa Branca. A China aplicará tarifas de 10%. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que Pequim aprovará “todos os pedidos” de ímãs, e as restrições chinesas às terras raras serão resolvidas, segundo a Reuters.
Detalhes e incertezas
Apesar do otimismo, os detalhes do acordo permanecem vagos. O Ministério do Comércio da China, por meio de He Yadong, afirmou que fortalecerá a avaliação de exportações de terras raras, mas não revelou quantas licenças serão liberadas, mantendo o controle estratégico sobre esses minerais, que representam 80% do fornecimento global. A Folha de S.Paulo destaca que o acordo de Londres referenda o consenso de Genebra, mas analistas, como Peter Andersen da Andersen Capital Management, alertam que a implementação será complexa. Mercados reagiram com cautela, com o Ibovespa subindo 0,4% em 12 de junho, refletindo esperança, mas sem euforia, segundo o Valor Econômico.
Reações e contexto
Trump descreveu a relação com a China como “excelente” em 11 de junho, enquanto o vice-premiê chinês He Lifeng pediu “cooperação” para reduzir mal-entendidos, segundo a CCTV. O negociador chinês Li Chenggang classificou as conversas como “profissionais e sinceras”. Nos EUA, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, sugeriu que o acordo pode reequilibrar as economias globais, conforme o Terra. A trégua ocorre em meio a pressões domésticas nos EUA, onde um tribunal federal validou as tarifas de Trump, e na China, que busca aliados como Japão e Coreia do Sul contra as políticas americanas, segundo o Estadão.
Implicações futuras
O acordo alivia tensões, mas não resolve disputas estruturais, como déficits comerciais e segurança tecnológica. A China, que viu suas exportações aos EUA caírem 12,7% em maio, busca estabilizar o comércio, enquanto Trump enfrenta críticas por políticas que podem elevar a inflação, segundo o UOL. A implementação do pacto, que depende da aprovação final de Trump e Xi, será monitorada até meados de agosto, quando expira a trégua de Genebra. Negociações futuras podem incluir outros parceiros, como Índia e Japão, conforme a Casa Branca. O desfecho influenciará cadeias globais de suprimento e a economia brasileira, dependente de insumos chineses.
Redação com informações de Terra, Reuters, Folha de S.Paulo, G1, Valor Econômico, e posts no X.