China exibe poderio militar em mega parada ao lado de Putin e Kim Jong Un, em recado ao Ocidente
Evento em Pequim para marcar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial é visto como um ‘show de força’ de Xi Jinping, com a presença de líderes de nações sancionadas e a exibição de novas armas, como mísseis hipersônicos e drones.
A Praça da Paz Celestial, em Pequim, será o palco nesta quarta-feira de uma das maiores demonstrações de poderio militar da história recente da China. Para marcar o 80º aniversário da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, o presidente Xi Jinping comandará uma grandiosa parada militar que, para analistas internacionais, funciona como um “show de força”. O objetivo é duplo: projetar a crescente capacidade militar chinesa de rivalizar com os Estados Unidos e exibir uma aliança simbólica com nações que se opõem ao Ocidente.
O recado geopolítico será dado pelos convidados de honra. Ao lado de Xi, estarão o presidente russo, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, em uma rara viagem para fora de seu país. A presença dos líderes de duas das nações mais sancionadas do mundo é uma clara demonstração de unidade contra a ordem liderada por Washington. Em contraste, líderes dos EUA e de outras potências ocidentais se recusaram a comparecer.
Um ‘show de força’ com mísseis hipersônicos e drones autônomos
A parada de 70 minutos promete ser uma vitrine da modernização acelerada das Forças Armadas chinesas. Segundo o governo, grande parte dos equipamentos que desfilarão será revelada ao público pela primeira vez, todos de fabricação nacional e prontos para o combate. A expectativa é que a China exiba sua nova geração de sistemas de defesa antimísseis, novos mísseis balísticos intercontinentais e, principalmente, seus avanços em mísseis hipersônicos, considerados uma grande ameaça à frota naval americana no Pacífico.
Outro foco de atenção serão os drones autônomos, tanto aéreos quanto submarinos. A guerra na Ucrânia demonstrou o papel transformador desses equipamentos no campo de batalha moderno, e a China deve mostrar seus progressos na área, que podem ser usados para fortalecer suas capacidades de vigilância e ataque em um eventual conflito sobre Taiwan.
Entre a propaganda e a realidade: a falta de experiência em combate
Apesar da impressionante exibição de hardware, analistas apontam para fragilidades significativas por trás da coreografia. A mais importante é a total falta de experiência de combate em larga escala do exército chinês, cujo último grande conflito foi contra o Vietnã em 1979. “Nada disso foi testado. Ninguém sabe”, afirma Drew Thompson, ex-diretor do Pentágono para a China.
Além disso, recentes expurgos de altos funcionários, incluindo ministros da Defesa, levantaram questões sobre a estabilidade interna, a corrupção sistêmica e a confiança de Xi Jinping em sua liderança militar. Para alguns especialistas, a própria necessidade de uma parada tão grandiosa pode ser um sinal de que a China precisa recorrer a formas convencionais de dissuasão justamente porque suas capacidades reais em um conflito moderno permanecem uma incógnita.
A parada militar serve também a um propósito doméstico: inflamar o sentimento nacionalista e reforçar a legitimidade do Partido Comunista em um momento de preocupação pública com a desaceleração da economia. O evento é, portanto, uma peça complexa de teatro político, que projeta a imagem de uma China confiante e poderosa, mas que ainda busca transformar seu impressionante arsenal em uma força de combate verdadeiramente testada e de classe mundial.
Da redação com informações da NBC News
Redação do Movimento PB [GMN-GOO-01092025-220510-A9B4C2-15P]
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