Moradores de Terryville dividem-se entre defesa de “valores tradicionais” e direito ao entretenimento adulto; caso pode parar na Justiça.
A inauguração de um clube de swing a poucos metros de uma igreja em Terryville (Connecticut) gerou protestos e batalha judicial. Proprietário acusa prefeitura de discriminação, enquanto fiéis alegam violação de zoneamento.
A polêmica do zoneamento
O Wicked Fun Club, casa de swing inaugurada em novembro de 2023 no andar superior de uma clínica médica em Terryville, virou alvo de uma disputa legal após denúncias de violação às leis locais. O código municipal proíbe estabelecimentos de “uso adulto” num raio de 300 metros de igrejas — distância não respeitada pelo clube, segundo a prefeitura.
Em março, o proprietário Steve Gagne recebeu ordem para fechar o local, mas recorreu da decisão. “São adultos conscientes se divertindo sem infringir a lei. Queremos apenas ser bons vizinhos”, argumentou Gagne à NBC Connecticut.
Igreja x Clube: a guerra cultural
A igreja evangélica local, liderada pelo membro Matt Marcel, mobilizou cerca de 100 pessoas em uma reunião do Conselho de Zoneamento para pressionar pelo fechamento:
- Argumento religioso: Marcel acusa o clube de “enganar a comunidade” e desrespeitar valores morais.
- Resposta do empresário: Gagne planeja processar a cidade por “retaliação ilegal” e busca liminar para manter o clube aberto durante o processo.
“Votem contra nós, e reagiremos. É nosso direito legal”, declarou Gagne em coletiva.
O que diz a lei
Especialistas em direito urbano apontam que:
- Casos semelhantes já foram anulados nos EUA sob alegação de violação à Primeira Emenda (liberdade de expressão).
- Definição de “uso adulto” varia por município — alguns exigem que 30% da receita venha de atividades explícitas, o que não se aplicaria a clubes sociais.
Em 2022, um clube de swingers na Flórida venceu ação semelhante após provar que não se enquadrava como “estabelecimento adulto”.
Próximos capítulos
Enquanto aguarda a decisão judicial, Gagne mantém o clube fechado, mas promete “lutar até o fim”. O caso reflete tensões recorrentes nos EUA entre entretenimento adulto e grupos religiosos — em 2023, ao menos 12 cidades registraram conflitos semelhantes.
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Texto adaptado de Daily Mail e NBC Connecticut, revisado pela nossa redação.