Autoridades investigam fenômeno atmosférico raro como possível origem da falha elétrica que afetou milhões de pessoas.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou na manhã desta segunda-feira, 28, que não há indícios de ciberataque relacionados ao apagão que atingiu Portugal, Espanha e partes da França. Segundo o líder europeu, as causas do incidente ainda estão sob investigação pelas autoridades competentes.
Em comunicado publicado em sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter), Costa destacou que mantém contato direto com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e com o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, para acompanhar o trabalho de reparação e apuração das falhas que provocaram cortes de energia em larga escala.
“As operadoras de rede elétrica de ambos os países estão trabalhando para encontrar a causa e restaurar o fornecimento de energia”, escreveu Costa. “Até o momento, não há qualquer evidência que aponte para um ataque cibernético.”
Fenômeno atmosférico raro pode ser responsável
Mais cedo, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial de Portugal, Manuel Castro Almeida, havia ventilado a possibilidade de o apagão ter sido causado por um ciberataque. Em entrevista à emissora RTP 3, Almeida afirmou: “Há essa possibilidade, mas não está confirmada”.
Contudo, novos dados divulgados pela empresa portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) apontam para uma outra causa provável: um fenômeno atmosférico raro teria provocado falhas na rede elétrica espanhola, que, por sua vez, afetaram o fornecimento de energia nos países vizinhos.
Segundo a REN, variações extremas de temperatura no interior da Espanha geraram oscilações anômalas nas linhas de muito alta tensão (400 kV). Essas oscilações, conhecidas tecnicamente como vibração atmosférica induzida por Ging, comprometeram a sincronização dos sistemas elétricos interligados, causando falhas em cascata na rede europeia.
Impacto nas cidades e resposta imediata
Imagens registradas em Barcelona e Madri mostram consumidores fazendo compras às escuras e estações de metrô sem energia elétrica, afetando milhares de pessoas. O fornecimento foi parcialmente restabelecido nas horas seguintes, mas técnicos seguem monitorando a estabilidade da rede.
O incidente reforça o debate sobre a necessidade de modernizar infraestruturas elétricas na Europa para torná-las mais resilientes a eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas.
Enquanto as investigações prosseguem, o Conselho Europeu e as autoridades locais reiteram que não há, até o momento, qualquer ameaça de segurança cibernética associada ao caso.