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Democratas apontam Trump e republicanos como responsáveis por paralisação do governo americano

Democratas apontam Trump e republicanos como responsáveis por paralisação do governo americano

O governo federal dos Estados Unidos enfrenta uma paralisação desde a meia-noite de quarta-feira (1º de outubro de 2025, horário local, ou 1h em Brasília), a primeira desde 2019, após o Congresso não chegar a um acordo sobre o orçamento. Líderes democratas, como Hakeem Jeffries e Chuck Schumer, responsabilizam diretamente o presidente Donald Trump e o Partido Republicano, acusando-os de bloquear negociações para priorizar cortes em programas de saúde, como extensões do Affordable Care Act (Obamacare), que expiram em 2025. O shutdown suspende serviços não essenciais, coloca milhares de funcionários federais em licença não remunerada e pode custar bilhões à economia americana.

Troca de acusações agrava o impasse

Em comunicado conjunto, Jeffries e Schumer afirmaram: “Após meses dificultando e encarecendo a vida, Donald Trump e os republicanos paralisaram o governo federal porque não querem proteger a saúde do povo americano“. Eles expressaram disposição para um acordo bipartidário, mas criticaram a ausência de um “parceiro confiável” entre os republicanos, que rejeitam incluir medidas como a prorrogação de créditos fiscais para saúde no orçamento. Uma pesquisa Marist de terça-feira mostrou que 38% dos americanos culpariam os republicanos por um shutdown, contra 27% para os democratas e 31% para ambos os lados.

Por outro lado, o presidente da Câmara, Mike Johnson, e o líder da maioria no Senado, John Thune, declararam que não negociarão até a reabertura do governo, exigindo uma extensão limpa do financiamento por sete semanas. Declarações de agências como o Departamento de Justiça, culpando democratas, levantaram críticas por violar a Lei Hatch, que proíbe o uso de recursos públicos para fins partidários. Trump intensificou a retórica, sugerindo que o shutdown permitirá “se livrar de muita coisa”, referindo-se a programas democratas, e recusou bilhões em gastos aprovados pelo Congresso, agravando a crise.

O que é o shutdown e seus impactos imediatos

Um shutdown ocorre quando o Congresso não aprova o orçamento, forçando o fechamento de agências não essenciais. Serviços críticos, como segurança pública e controle de tráfego aéreo, continuam, mas parques nacionais, museus e emissão de vistos são suspensos. Milhares de funcionários federais enfrentam furloughs, trabalhando sem pagamento ou em licença. O Escritório de Orçamento do Congresso estima perdas econômicas de até US$ 3 bilhões, com base em paralisações anteriores. O Senado planeja votar novamente na quinta-feira um plano republicano, mas sem concessões mútuas, o impasse deve persistir.

A administração Trump usa a crise para pressionar por cortes orçamentários, enquanto democratas destacam a necessidade de proteger programas de saúde. A ex-vice-presidente Kamala Harris criticou: “Trump e os republicanos paralisaram o governo por se recusarem a impedir aumentos nos custos de saúde“. A polarização reflete uma guerra cultural, com republicanos buscando culpar democratas por demandas excessivas, enquanto estes apontam a intransigência republicana como obstáculo a um acordo.

Repercussões no Brasil e na Paraíba

O shutdown americano impacta o Brasil, onde o comércio bilateral com os EUA excede US$ 100 bilhões anuais. Atrasos em relatórios econômicos, como o de empregos, podem influenciar decisões do Federal Reserve, elevando o dólar e encarecendo importações brasileiras. No setor de commodities, crucial para o Nordeste, interrupções no Departamento de Comércio atrasam aprovações de exportações de soja e carne, afetando portos como o de Cabedelo, na Paraíba, que movimenta milhões em produtos agropecuários. Economistas apontam que demissões em massa nos EUA reduzem a demanda por exportações, pressionando a economia local.

Além disso, cortes na USAID, que destinou R$ 84 milhões a projetos ambientais no Brasil entre 2020 e 2024, ameaçam iniciativas no semiárido nordestino, como programas de adaptação climática. Na Paraíba, onde o agronegócio e a sustentabilidade dependem de fluxos estáveis, o shutdown pode agravar desafios como inflação e desemprego. Um relatório do Banco Mundial sugere que economias emergentes, como a brasileira, precisam de reformas fiscais para mitigar riscos externos, reforçando a urgência de diversificação comercial na região.

Perspectivas para resolução e lições globais

A duração do shutdown depende de negociações: republicanos buscam uma vitória política para culpar democratas, enquanto estes apostam na pressão pública para forçar concessões em saúde. Paralisações passadas, como a de 2018, sugerem resoluções de última hora, mas a postura de Trump pode prolongar a crise. Para o Brasil, o episódio destaca a vulnerabilidade a instabilidades externas, exigindo políticas que fortaleçam a resiliência econômica.

Essa crise expõe a fragilidade do bipartidarismo americano, onde disputas orçamentárias se tornam batalhas ideológicas, erodindo a confiança institucional. O impacto global, de atrasos em dados econômicos a interrupções em parcerias, sublinha a interdependência com o Nordeste brasileiro, onde a estabilidade comercial e ambiental é crucial. Uma resolução rápida é essencial para limitar danos, mas a lição maior é a necessidade de sistemas democráticos que priorizem governança sobre polarização.


“Precisamos de um parceiro confiável”, afirmaram Hakeem Jeffries e Chuck Schumer, líderes democratas, em comunicado conjunto.


Da redação com informações de CNN Brasil [GRK-XAI-01102025-0944-V1G]


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