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Documentos de Jeffrey Epstein divulgados pelo Congresso mencionam Donald Trump e levantam novas dúvidas

Documentos de Jeffrey Epstein divulgados pelo Congresso mencionam Donald Trump e levantam novas dúvidas

O Congresso dos Estados Unidos divulgou em 12/11/2025 uma série de e-mails do empresário Jeffrey Epstein, envolvendo diretamente o ex-presidente Donald Trump. Entre as mensagens tornadas públicas, Epstein sugere que Trump “tinha conhecimento” das condutas abusivas que envolveram menores de idade, além de mencionar que o político permaneceu horas na residência do bilionário acompanhado por uma vítima de abuso.

Alegações e contexto das mensagens reveladas

Um dos e-mails, datado de abril de 2011 e enviado por Epstein a Ghislaine Maxwell, sua assistente e posteriormente condenada por crimes relacionados, contém a afirmação de que Trump era o “cachorro que não latiu” — uma expressão usada por Epstein para indicar que o ex-presidente não comentou publicamente sobre a situação. Segundo o bilionário, em uma ocasião uma vítima, cuja identidade não foi revelada, passou horas em sua casa com Trump, e o episódio nunca foi mencionado por ele.

Outro e-mail divulgado trata das estratégias que Epstein deveria adotar para responder à imprensa sobre sua relação com Trump, naquele período em que a figura política ganhava relevância nacional.

Reações políticas e posição da Casa Branca

Membros democratas do Congresso afirmaram que a divulgação dos documentos exige esclarecimentos adicionais sobre a relação entre Trump e Epstein. Por outro lado, a Casa Branca contestou as informações, acusando os congressistas de realizar um “vazamento seletivo” visando prejudicar a imagem do ex-presidente.

Histórico do caso Epstein e conexões com Trump

Jeffrey Epstein, conhecido por seu vasto círculo de contatos entre políticos, artistas e empresários, foi acusado de abusar de mais de 250 meninas e gerenciar uma rede de exploração sexual durante os anos 2000. Em julho de 2019, foi preso, e um mês depois foi encontrado morto em sua cela, em circunstâncias que despertaram debates e investigações.

A relação entre Trump e Epstein data dos anos 1990, quando ambos estavam frequentemente associados em eventos sociais. Documentos anteriores indicam que Trump aparece em registros de voos ligados a Epstein e que eles mantiveram uma amizade que, segundo o ex-presidente, foi interrompida há muitos anos.

Documentos adicionais e controvérsias

Entre os papéis divulgados pela Câmara em julho de 2025 está uma carta supostamente enviada por Trump a Epstein, contendo uma mensagem digitada sobre o desenho de uma figura feminina nua, assinada com “Donald”. A Casa Branca nega autenticidade do documento, e Trump negou a autoria, acionando o jornal The Wall Street Journal judicialmente. Contudo, registros da década de 1990 mostram uma assinatura semelhante à da carta, o que mantém as dúvidas sobre o conteúdo.

Investigação e posicionamento oficial

Trump nunca foi formalmente investigado no âmbito do caso Epstein, embora seu nome tenha aparecido em documentos relacionados. Em 2025, o Departamento de Justiça americano declarou que não há uma lista específica de clientes no processo. O ex-presidente chegou a afirmar que tal arquivo não existe e negou qualquer envolvimento ou conhecimento da rede de tráfico sexual operada por Epstein.

Análise final

Essas revelações ampliam as discussões sobre as conexões entre figuras políticas de alto escalão e redes de abuso sexual, levantando questões sobre a transparência e responsabilidade pública. A disputa em torno da veracidade dos documentos e o silêncio seletivo que os cerca ilustram os desafios que o sistema político e judicial enfrenta para enfrentar casos complexos envolvendo poder, impunidade e direitos das vítimas.


[Da redação do Movimento PB]
MPB-PB-12112025-9d4f8e7c3b