Em dia de turbulência, Trump defende pena de morte em DC e aprofunda crise com Banco Central
Administração abre múltiplas frentes de conflito, desafiando a independência do FED, a legislação local da capital sobre pena capital e enfrentando uma crise que paralisa a justiça em Nova Jersey.
A administração do presidente Donald Trump protagonizou uma terça-feira (26) de alta voltagem, abrindo múltiplas frentes de conflito institucional e legal. Em uma série de anúncios e desdobramentos, Trump aprofundou sua crise com o Federal Reserve (o Banco Central americano), defendeu a aplicação da pena de morte para assassinatos em Washington, D.C., e viu a justiça federal de Nova Jersey entrar em um estado de paralisia devido a um impasse sobre a nomeação de uma aliada para o cargo de procuradora dos EUA.
Os eventos, que se desenrolaram ao longo do dia, pintam um quadro de uma Casa Branca disposta a testar os limites do poder executivo e a desafiar a autonomia de outras esferas de poder, gerando incerteza jurídica e política em várias frentes simultaneamente.
Confronto com o FED: Independência do Banco Central em xeque
A crise iniciada com a tentativa de Trump de demitir a diretora do FED, Lisa Cook, ganhou novos contornos. O Federal Reserve, como instituição, se pronunciou oficialmente, afirmando que os diretores possuem mandatos fixos e proteções legais contra remoção imotivada, e que irá “acatar qualquer decisão judicial” sobre o caso. A declaração é uma defesa sutil da permanência de Cook e um recado de que a disputa será resolvida nos tribunais.
O próprio Trump, ao ser questionado sobre o assunto, afirmou estar “preparado para uma briga legal” e que também acataria a decisão da justiça. Cook, por sua vez, através de seu advogado, confirmou que entrará com uma ação judicial para anular a demissão, que classificou como ilegal. O impasse coloca em xeque a independência de quase um século do banco central em relação à interferência política.
Pena de morte em DC: Governo federal desafia decisão local
Em outra frente, Trump declarou que sua administração buscará a pena de morte para acusados de assassinato na capital do país. “Qualquer um que assassinar algo na capital, pena capital”, disse o presidente. A Procuradora dos EUA, Jeanine Pirro, confirmou que seguirá a diretiva, afirmando ser “hora de reconhecer que a lei e a ordem estão de volta a D.C.”
A medida é altamente controversa, pois Washington, D.C. não executa um prisioneiro desde a década de 1950 e seus residentes votaram pela abolição da pena de morte em 1992. A primeira aplicação da nova diretriz será no caso do suspeito do tiroteio no Museu Judaico da Capital, que matou duas pessoas. A decisão representa um choque direto entre a autoridade do governo federal e a vontade democrática da jurisdição local.
Justiça em Nova Jersey paralisada por impasse com aliada de Trump
Paralelamente, uma crise jurídica se aprofunda em Nova Jersey. A nomeação de Alina Habba, ex-advogada de Trump, como Procuradora dos EUA para o distrito foi considerada “sem autoridade legal” por um juiz federal. A incerteza resultante já levou pelo menos 12 juízes federais a adiarem processos, incluindo julgamentos e audiências de sentença.
Enquanto o governo recorre, o sistema de justiça local enfrenta o risco de uma paralisação prolongada. Habba, por sua vez, usou as redes sociais para culpar “juízes federais partidários”, ecoando a retórica do presidente e enquadrando o impasse como uma batalha política, não legal. A situação ilustra como as disputas de nomeação da administração estão causando disrupções concretas no funcionamento do judiciário.
Da redação com informações da ABC News
Redação do Movimento PB [GMN-GOO-27082025-004701-B3E8A1-15P]
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