Internacional

Estreito de Ormuz: a rota estratégica que ameaça o comércio mundial

O Estreito de Ormuz voltou ao centro das tensões geopolíticas globais após os ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã. Localizado entre o Irã e Omã, com apenas 33 quilômetros em seu ponto mais estreito, o canal é responsável pelo escoamento de cerca de um quinto do consumo mundial de petróleo, conectando os produtores do Oriente Médio aos mercados da Ásia-Pacífico, Europa e América do Norte. A possibilidade de seu fechamento, cogitada pelo governo iraniano em resposta às recentes ofensivas, desperta apreensão em todo o planeta.

A importância do Estreito de Ormuz é estratégica. Diariamente, cerca de 20 milhões de barris de petróleo atravessam suas águas, o que representa quase US$ 600 bilhões por ano em comércio energético, segundo dados dos Estados Unidos. Por ele passa o petróleo de países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e grande parte do gás natural liquefeito do Catar. Qualquer interrupção neste corredor marítimo causaria impacto direto nos preços globais do petróleo e afetaria principalmente grandes importadores, como a China. Por isso, os EUA apelaram a Pequim para conter Teerã, em um gesto que revela a complexidade do tabuleiro diplomático. O receio de Washington é que um bloqueio possa desencadear uma crise energética mundial com desdobramentos imprevisíveis.

Embora o Irã disponha de meios militares para fechar temporariamente o estreito — com minas navais, lanchas rápidas e submarinos —, especialistas avaliam que forças americanas e aliadas poderiam reverter essa situação, como ocorreu na década de 1980 durante a chamada “guerra dos petroleiros”. Até o momento, apesar das ameaças, Teerã nunca chegou a interromper de fato o tráfego por essa via. A expectativa global, inclusive entre aliados estratégicos do Irã, como a própria China, é que o bom senso prevaleça, evitando uma escalada de consequências catastróficas para o comércio mundial e para a estabilidade de toda a região do Golfo Pérsico.

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Com informações de BBC News.

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