EUA anunciam retaliação contra projetos da Nova Rota da Seda na América Latina após adesão da Colômbia

Os Estados Unidos anunciaram medidas contra a participação crescente da China em projetos de infraestrutura na América Latina, após a Colômbia aderir oficialmente à Iniciativa Cinturão e Rota, também conhecida como Nova Rota da Seda, durante uma cúpula com a Celac em Pequim nesta semana.
Em publicação na rede X (antigo Twitter), o escritório do Departamento de Estado americano para as Américas afirmou que “os Estados Unidos se oporão fortemente aos desembolsos recentes e futuros do BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] e de outras instituições financeiras internacionais para empresas estatais e controladas pelo governo chinês na Colômbia”.
Com poder de voto proporcional à contribuição financeira no BID, os Estados Unidos são o maior investidor da instituição e ameaçam adotar a mesma postura em outros países da região que firmarem acordos com o programa chinês.
Na cúpula com a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o presidente chinês Xi Jinping prometeu US$ 9,2 bilhões (cerca de R$ 52 bilhões) em empréstimos voltados ao desenvolvimento da América Latina e do Caribe. Ele também se colocou como “parceiro confiável” num cenário global marcado por “confronto e protecionismo”, em aparente crítica ao Ocidente.
A América Latina tem sido um alvo estratégico para Pequim, que já se tornou o principal parceiro comercial de países como Brasil, Chile e Peru.
A adesão da Colômbia à Nova Rota da Seda, anunciada pelo presidente Gustavo Petro durante o encontro, intensificou o mal-estar com Washington. Em postagem nas redes sociais, Petro afirmou que a iniciativa “muda a história de nossas relações exteriores”, marcando um novo capítulo da política externa colombiana.
A resposta dos EUA reforça a crescente disputa de influência entre Washington e Pequim na América Latina, especialmente em áreas sensíveis como infraestrutura, comércio e financiamento multilateral.