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EUA Bombardeiam Irã: Especialistas Temem Retaliação e Riscos à Segurança Americana

O ataque dos Estados Unidos a três instalações nucleares iranianas, anunciado pelo presidente Donald Trump em 21 de junho de 2025, gerou temores de retaliação contra alvos americanos, tanto no Oriente Médio quanto em solo doméstico, conforme noticiado pela ABC News. A operação “Midnight Hammer” usou bombardeiros B-2 Spirit e mísseis Tomahawk para atingir Fordow, Natanz e Isfahan, com o objetivo de destruir a capacidade de enriquecimento nuclear do Irã. Especialistas e autoridades alertam para riscos de ciberataques e ações de grupos proxies apoiados pelo Irã, enquanto o mundo aguarda a resposta de Teerã.

Contexto da Ofensiva

Os ataques marcaram a entrada direta dos EUA no conflito Israel-Irã, iniciado em 12 de junho com bombardeios israelenses contra alvos nucleares iranianos. Trump, que inicialmente resistiu à participação militar, aprovou a operação após Israel intensificar sua campanha. Em discurso na Casa Branca, ele classificou o ataque como um “sucesso militar espetacular”, afirmando que as instalações foram “completamente obliteradas” e exigindo paz sob ameaça de mais ataques. O Irã, por sua vez, nega danos significativos em Fordow e promete retaliação, com o chanceler Abbas Araghchi acusando os EUA de violar a ONU.

Riscos de Ciberataques

Um boletim do Departamento de Segurança Interna dos EUA alertou que atores cibernéticos ligados ao governo iraniano podem priorizar ataques contra alvos israelenses, mas também mirar redes americanas, percebendo apoio dos EUA a Israel. Infraestruturas críticas, como bancos e redes de energia, estão em risco. Um exemplo é o ataque de ransomware em Baltimore, em 2019, ligado a um iraniano, que causou milhões em prejuízos. Especialistas temem que a escalada do conflito amplifique essas ameaças, com hackers iranianos explorando vulnerabilidades em sistemas americanos.

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Ameaças de Grupos Proxies

O Irã possui uma rede de grupos proxies, como milícias no Iraque e os Houthis no Iêmen, que podem atacar bases americanas no Oriente Médio, onde estão 40 mil militares dos EUA. Embora menos sofisticados, esses grupos podem perturbar infraestruturas públicas e privadas. O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) avalia que, com a degradação das capacidades iranianas, Teerã pode recorrer a táticas “rudimentares ou escalatórias” contra interesses americanos na região. Um possível bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do petróleo mundial, elevaria os preços globais de energia.

Reações Políticas nos EUA

O ataque dividiu o Congresso americano. Republicanos como o senador Lindsey Graham elogiaram a ação, chamando-a de “decisão correta” contra o “principal patrocinador do terrorismo”. Já democratas, como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, classificaram o ataque como “inconstitucional” por falta de autorização congressional, sugerindo impeachment. Até republicanos, como Tom Massie, questionaram a legalidade da operação. A divisão reflete tensões dentro da base “MAGA” de Trump, com vozes como Steve Bannon e Tucker Carlson alertando contra uma nova guerra no Oriente Médio.

Implicações Globais

A ofensiva americana eleva o risco de uma guerra regional. O aiatolá Ali Khamenei prometeu “consequências irreparáveis”, enquanto a missão iraniana na ONU chamou Trump de “belicista ultrapassado”. A China e a Rússia pedem moderação, e o Conselho de Segurança da ONU se reunirá para discutir a crise. No Brasil, o governo Lula condenou as ações militares, reforçando sua posição contra intervenções no Irã. A possibilidade de retaliação iraniana, incluindo ataques cibernéticos ou a alvos americanos, mantém o mundo em alerta.

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Fontes: ABC News, The New York Times, NBC News, Reuters, BBC, posts no X

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