EUA planejam extrair metais do fundo do Pacífico para reduzir dependência da China, que veta terras raras. Mineração enfrenta desafios ambientais.
Em resposta às restrições chinesas à exportação de terras raras, os Estados Unidos preparam uma estratégia ousada: explorar minerais no fundo do Oceano Pacífico. O plano, liderado pelo governo Trump, envolve a criação de uma reserva estratégica de metais extraídos de nódulos polimetálicos, ricos em níquel, cobalto, cobre, manganês e terras raras. A iniciativa busca reduzir a dependência da China, que domina 90% da produção global de terras raras, essenciais para tecnologias como baterias, eletrônicos e equipamentos militares.
O Plano Americano
A Casa Branca está elaborando uma ordem executiva para acelerar a mineração submarina, permitindo que empresas americanas obtenham permissões diretamente do governo, contornando a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA). Esses nódulos, encontrados em áreas como a Zona Clarion-Clipperton, são vistos como uma alternativa para garantir suprimentos em caso de conflitos comerciais ou embargos chineses. A medida reflete a percepção de que a segurança nacional depende de cadeias de suprimento independentes.
Obstáculos Ambientais e Legais
A mineração em águas profundas enfrenta resistência devido aos impactos ambientais. Cientistas alertam que a extração de nódulos pode destruir ecossistemas marinhos frágeis, com sedimentos afetando a biodiversidade por quilômetros. A ISA, responsável por regular a mineração em águas internacionais, ainda não finalizou um código de conduta, e países como França e Nova Zelândia defendem uma moratória. Além disso, os EUA não ratificaram a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar, o que limita sua participação nas negociações da ISA.
Contexto da Guerra Comercial
A China intensificou as tensões ao impor controles de exportação sobre terras raras, como dysprosium e neodymium, em retaliação às tarifas americanas. Pequim, que processa 89% do neodímio e praseodímio usados em ímãs para veículos elétricos, usa sua posição como alavanca econômica. O plano americano é uma tentativa de contrabalançar essa influência, mas especialistas apontam que a tecnologia de mineração submarina ainda é imatura, e a autossuficiência pode levar anos.
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Por redação do Movimento PB com informações de fontes públicas.