Exército de Israel atira contra delegação diplomática com representantes de mais de 20 países, incluindo o Brasil


Diplomatas visitavam campo de refugiados na Cisjordânia; Israel alega entrada não autorizada em área militar

Uma delegação internacional composta por diplomatas de mais de 20 países, entre eles o Brasil, foi alvo de disparos feitos por soldados israelenses nesta quarta-feira (21), enquanto visitava o campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada. Apesar da gravidade do episódio, nenhum integrante da missão foi ferido.

De acordo com a agência palestina WAFA, o grupo fazia uma visita oficial para averiguar a situação humanitária em Jenin, uma das regiões mais afetadas por operações militares de Israel. A comitiva diplomática incluía representantes de países como Egito, Jordânia, Marrocos, China, França, Reino Unido, México, Canadá, Índia, Portugal e outros membros da União Europeia.

“Era o fim da visita quando começaram os disparos. Foram vários tiros, não apenas um ou dois. É um absurdo. Nada justificava aquilo”, afirmou um dos diplomatas presentes, em entrevista à AFP sob condição de anonimato.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) reconheceram o incidente, mas alegaram que a delegação “se desviou da rota previamente autorizada” e entrou em uma “zona restrita”. Segundo o comunicado, os soldados no local “dispararam tiros de advertência” e Israel lamenta “o transtorno causado”.

O Ministério das Relações Exteriores da Palestina classificou o episódio como um “crime hediondo”, afirmando que os militares israelenses “atiraram deliberadamente com munição real contra uma delegação diplomática oficialmente credenciada”.

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O caso gerou forte reação internacional. A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, e o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, cobraram explicações formais de Israel. Em resposta, o Exército israelense anunciou a abertura de uma investigação interna e afirmou que um oficial responsável pela área está disponível para prestar esclarecimentos aos países envolvidos.

O ataque ocorre em meio a uma crescente pressão internacional sobre Israel por conta da ofensiva militar na Faixa de Gaza. Na segunda-feira (19), um grupo de 22 países emitiu uma declaração exigindo que o governo israelense permita imediatamente a entrada plena de ajuda humanitária em Gaza. Apesar da promessa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de liberar o envio mínimo de suprimentos, a ONU afirmou na terça-feira (20) que nenhuma ajuda havia sido efetivamente distribuída até o momento.

Com informações de Veja

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