‘Fora de controle’: Tragédia com bondinho histórico em Lisboa deixa 16 mortos; brasileiro está entre os feridos
Testemunhas descrevem som de ‘bomba’ e ‘silêncio assustador’ após um dos vagões do Elevador da Glória, com 140 anos, descarrilar em alta velocidade e colidir com um prédio no centro da capital portuguesa.
Um dos mais icônicos cartões-postais de Lisboa se tornou o cenário de uma terrível tragédia na tarde de quarta-feira (3). Um dos vagões do famoso Elevador da Glória, um funicular de 140 anos que transporta turistas e moradores por uma das colinas mais íngremes da cidade, descarrilou e colidiu violentamente com um prédio, deixando ao menos 16 mortos e cerca de 20 feridos, alguns em estado grave. O consulado brasileiro em Lisboa confirmou que um cidadão do Brasil está entre as vítimas feridas.
A polícia portuguesa ainda investiga as causas do acidente, mas os relatos das testemunhas que presenciaram a cena são aterrorizantes e ajudam a reconstruir os momentos de pânico. A tragédia se desenrolou em duas etapas: primeiro, o vagão que estava na base da colina e começava a subir, recuou bruscamente; segundos depois, o vagão que estava no topo desceu a ladeira “fora de controle”.
O som de uma bomba e o ‘silêncio assustador’
Helen Chow, uma turista canadense que estava na base da colina, contou à BBC que ouviu um grito alto e viu o vagão de baixo deslizar para trás antes de uma parada brusca. “Assim que isso aconteceu, vi o bonde do incidente colidir com o prédio”, disse ela. O barulho, segundo ela, soou como uma “bomba”, seguido por um “silêncio assustador e completo” e uma fumaça preta que tomou conta do local.
Abel Esteves, um morador de Lisboa, estava dentro do vagão de baixo com sua esposa e quase 40 pessoas quando viu o outro vagão descer em sua direção em altíssima velocidade. “Gritei para a minha esposa: ‘Vamos todos morrer aqui'”, relatou, descrevendo o pânico de quem pensou que a colisão seria inevitável.
Um ícone que se desfez ‘como uma caixa de papelão’
Outras testemunhas descreveram a violência do impacto. Teresa d’Avó disse à emissora Sic Notícias que o bondinho “bateu no edifício com uma força brutal e desabou como uma caixa de papelão”, afirmando que parecia estar “sem freios”. A guia turística Marianna Figueiredo foi uma das primeiras a correr para o local para ajudar.
“Comecei a subir a colina para ajudar as pessoas, mas quando cheguei lá, a única coisa que ouvi foi o silêncio”, contou. Ela disse que, inicialmente, pensou que o vagão acidentado estava vazio, mas quando o teto foi arrancado com o impacto, “começou a ver os corpos”. A comunidade local, incluindo lojistas e motoristas, rapidamente se mobilizou para prestar os primeiros socorros.
O acidente chocou a capital portuguesa e os turistas de todo o mundo. Eric Packer, um visitante americano, contou à BBC que tirou fotos do bondinho às 18h01. Um minuto depois, às 18h02, ele ouviu o estrondo do acidente a poucos metros de onde estava. A imagem que ele capturou momentos antes mostra o icônico vagão amarelo e branco, que logo depois se tornaria um emaranhado de metal. Enquanto as causas são investigadas, os relatos das testemunhas pintam o retrato humano de uma tragédia que marcou para sempre um dos símbolos mais queridos de Lisboa.
Da redação com informações da BBC News
Redação do Movimento PB [NMG-OOG-04092025-181505-C3A9B2-15P]
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