Geopolítica

A réplica de porta-aviões americano no deserto de Xinjiang: o recado de Pequim a Washington

O “assassino de porta-aviões” chinês e a estratégia de dissuasão que assusta os EUA

Longe das águas e de olho em um possível conflito no Indo-Pacífico, a China surpreende ao construir uma réplica em tamanho real de um porta-aviões americano, bem no meio do deserto de Xinjiang. A estrutura, feita de concreto e metal, não é apenas simbólica. Ela está sobre trilhos que simulam o movimento de uma embarcação em mar aberto, funcionando como um alvo dinâmico para testar mísseis. O objetivo é claro: mostrar que a superpotência asiática está se preparando para um possível embate militar contra os Estados Unidos.

O complexo de treinamento, que foi ampliado para incluir modelos de aviões de alerta antecipado, como o P-8A Poseidon, e caças furtivos, como o F-35, serve de palco para testes de mísseis de alta precisão. O principal destaque é o temido DF-26, apelidado de “assassino de porta-aviões”, um míssil balístico antinavio que pode perseguir e destruir alvos em movimento. Essa capacidade de ataque a longa distância é um pilar da estratégia chinesa de negação de acesso e área (A2/AD), que visa impedir a aproximação de forças navais americanas e aliadas em regiões estratégicas, como o Mar do Sul da China e o Estreito de Taiwan.

Para quem não é da área, podemos simplificar alguns termos técnicos. A sigla A2/AD, ou Negação de Acesso e Área, se refere a uma estratégia militar focada em usar mísseis, submarinos e outras armas para criar uma zona de exclusão ao redor do próprio território, impedindo que forças inimigas, como a marinha dos EUA, operem livremente. Já os porta-aviões, navios gigantes que servem como bases aéreas flutuantes, são a espinha dorsal do poder naval americano e, por isso, se tornaram alvos prioritários no planejamento chinês.

Essa demonstração de poder militar no deserto, combinada com a construção de um quarto porta-aviões próprio, o primeiro com propulsão nuclear, envia uma mensagem inequívoca a Washington. A China não apenas investe pesadamente em tecnologia de ponta, mas também desafia a supremacia naval americana na região do Indo-Pacífico. A réplica de porta-aviões de Xinjiang é a prova de que a China está disposta a mudar o jogo do equilíbrio militar global, se preparando para um confronto que pode redefinir o futuro da geopolítica mundial.

Da redação com informações de Crusoé

Redação do Movimento PB GME-GOO-13082025-F8D2E1-25F

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